Ações
Seca 2024
Secas severas têm se tornado cada vez mais frequentes no estado do Amazonas. Os impactos desses eventos climáticos extremos são diversos e duradouros tanto no ambiente e na biodiversidade, como no modo de vida e na economia das comunidades ribeirinhas. A seca em 2024, como a que ocorreu em 2023, exige uma série de medidas mitigatórias baseadas na ciência e no conhecimento local para que os danos à vida humana e aos ecossistemas sejam minimizados. Nesse sentido, apresentamos a seguir as ações realizadas pelo Instituto Mamirauá com o objetivo de contribuir com a geração e difusão do conhecimento científico para subsidiar políticas públicas, diante do cenário de secas extremas no estado do Amazonas, com foco na região do Médio Rio Solimões.
- Mitigação dos impactos da seca- Recomendações para gestores públicos- Em agosto de 2024 foi elaborado por técnicos do Instituto Mamirauá o documento intitulado “Carta com Recomendações para Mitigação dos Impactos das Estiagens Severas em Comunidades Ribeirinhas do Amazonas”. O documento foi entregue para o vice-governador do estado do Amazonas, em visita à Reserva Mamirauá na primeira quinzena de agosto. 

- Fortalecimento e Organização Comunitária- Oficinas Pré-Seca- Soluções de Comunitários para as Secas da Região - Pesquisadores e extensionistas do Instituto Mamirauá realizaram duas Oficinas Pré-Seca de Enfrentamento da Estiagem na Reserva Amanã, contando com 51 lideranças, no âmbito do projeto “Vulnerabilidade Social nas várzeas da Amazônia Central no contexto das mudanças climáticas e ambientais”, com apoio do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD). A organização das oficinas foi uma parceria entre CAMURA, FEMAPAM, IRD e Instituto Mamirauá. Nas oficinas, foi elaborado o documento "Secas na Reserva Amanã: Soluções de comunitários para a crise climática no Médio Solimões - Orientações para gestores públicos, com objetivo de auxiliar os tomadores de decisão da região para apoiar os comunitários durante a crise climática e diminuir seus impactos. 

- Troca de informação e co-criação de soluções para a emergência climática- População informada- A informação sobre o nível do rio é muito importante para quem vive às margens dos rios amazônicos. Uma forma simples de divulgar esta informação é por meio de programas de rádios e, mais recentemente, por grupos de whatsapp. Desde abril de 2023, o Grupo de Pesquisa em Geociências do Instituto Mamirauá administra um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp que divulga informações sobre os níveis dos rios na região do Amazonas. O Grupo de WhatsApp do Boletim das Águas contempla hoje mais de 800 pessoas, em sua maioria ribeirinhos da região do Médio Solimões, com trocas diárias de informações sobre o nível do rio e os impactos e soluções possíveis para lidar com a estiagem. - A divulgação em programas de rádios de Tefé e região acerca do nível do rio, meteorologia, avanço da estiagem e seus impactos foi complementada pela versão do Boletim das Águas em áudio. Em parceria com a equipe do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá, o boletim foi adaptado para o formato de spot de rádio, o que amplia o seu compartilhamento como arquivo de áudio pelo WhatsApp. 
- População criativa- Extensionistas do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá apoiaram a criação do Grupo de Capacitação de jovens da Comunidade Vila Soares (Grupo de Jovens Voz Ativa Ribeirinha) na Reserva Amanã em Uarini/AM. O grupo iniciou a produção de material audiovisual sobre a seca, o qual está em elaboração. 

- Água potável- Ações para melhorar o acesso à água potável- Durante o período da seca, o acesso à água potável pode ser desafiador para quem vive às margens dos rios amazônicos. Em eventos de seca extrema, como no ano de 2023, é fundamental ter alternativas para o tratamento emergencial da água para consumo humano. Nesse sentido, a equipe do Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis e do Programa de Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá elaboraram um material impresso com instruções sobre como tratar a água do rio em situações de emergência e elaboraram também um kit para tratamento para a água. Para garantir o bom uso do guia e do kit, pesquisadores e extensionistas realizaram oficinas de capacitação com profissionais da área da saúde da região de Tefé e Uarini. 

- Água de beber- O material “Água de Beber: Guia Prático para o Tratamento Emergencial de Água Barrenta para Comunidades Ribeirinhas da Amazônia” teve uma tiragem de 2.500 exemplares e foi distribuído para Agentes Comunitários de Saúde da região.  
- Tratamento emergencial da água- O “Kit para Tratamento Emergencial da Água” foi distribuído em parceria com as prefeituras de Tefé e Uarini, UNICEF e Serviço Pastoral dos Migrantes. Foram distribuídos 5 mil kits, alcançando 25 mil pessoas, aproximadamente. 
- Capacitação profissionais de saúde- Pesquisadores e extensionistas realizaram em agosto de 2024 a capacitação Tratamento Emergencial de Água para Comunidades Ribeirinhas, em parceria com a prefeitura de Tefé e Uarini. Dentre os participantes, estavam 60 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Tefé, 20 de Uarini, além de 35 Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). 
- Suporte a comunidades ribeirinhas- Desde de 2023, a equipe do Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis e do Programa de Qualidade de Vida realiza o acompanhamento de comunidades que possuem sistemas de bombeamento de água com energia solar, instalados pelo Instituto Mamirauá. O acompanhamento é focado no desempenho e no uso dos sistemas de bombeamento de água, de acordo com as necessidades do período de seca extrema, e nos procedimentos de manutenção realizados pelas comunidades e em parceria com as prefeituras da região. 

- Monitoramento ambiental e ecológico- Água e clima- O Grupo de Pesquisa em Geociências e Dinâmicas Ambientais na Amazônia do Instituto Mamirauá mantém uma rede de monitoramento hidrometeorológico do Médio Solimões, a qual contempla diversos sensores, conforme listados abaixo. 
- Lago Tefé (Flutuante Base e Flutuante Sumaúma)
- Cano do Mamirauá na Reserva Mamirauá (Flutuante Vitória-Régia)
- Paraná do Jarauá na Reserva Mamirauá (Flutuante Jarauá)
- Lago Amanã na Reserva Amanã (Casa do Baré)
- Lago Buá-Buá na Reserva Mamirauá
- Lago Tefé (24 pontos de referência)
- Lago Tefé (Flutuante Base e Flutuante Sumaúma)
- Lago Buá-Buá na Reserva Mamirauá
- Paraná do Jarauá na Reserva Mamirauá
- Lago Amanã na Reserva Amanã (Flutuante Amanã e Casa do Baré)
- Tefé (Campus do Instituto Mamirauá)
- Reserva Mamirauá (Flutuante Vitória-Régia)
- Tefé (Campus do Instituto Mamirauá)
- Tefé (Campus do Instituto Mamirauá)
- Flona Tefé (Flutuante Sumaúma)

Para navegar pelos rios e lagos, é importante saber a profundidade, ou fundura, destes corpos d’água. Nesse sentido, pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Geociências e Dinâmicas Ambientais na Amazônia elaboraram e disponibilizaram mapas de batimetria (medida de profundidade) do Lago Tefé e áreas de entorno. Estes mapas podem ser acessados por ribeirinhos utilizando o aplicativo Avenza Maps durante a navegação.
Acesse:

- Mamíferos aquáticos- Pesquisadores(as) do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá promoveram uma campanha de captura científica de botos com o objetivo de avaliar a saúde da população e adaptar transmissores para maior precisão quanto ao uso de habitat e deslocamentos destes animais durante o período de seca. Os dados de movimentação dos botos são essenciais, mortandade sem precedentes que ocorreu no Amazonas durante a seca de 2023, onde 209 animais foram encontrados mortos, 178 deles sendo botos-vermelhos. - Desde janeiro de 2024, a equipe do Grupo de Pesquisa de Mamíferos Aquáticos mantém um monitoramento contínuo da população de botos do Lago Tefé, com estimativas populacionais, monitoramento de carcaças, comportamental e acústico, além da fotoidentificação dos indivíduos. - Com o objetivo de subsidiar novas ações necessárias relacionadas à morte destes animais durante estiagens severas na Amazônia, pesquisadores(as) do Grupo de Pesquisa de Mamíferos Aquáticos elaboraram o Protocolo de Conduta durante o Evento de Mortandade Incomum (EMI) de Cetáceos Amazônicos. O protocolo foi elaborado em parceria com diversas instituições brasileiras e estrangeiras que atuaram durante o evento de mortandade de botos de 2023 em Tefé e Coari. 
- Monitoramento de peixes- Pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Biologia de Peixes do Instituto Mamirauá realizam o monitoramento de populações de peixes em lagos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. O objetivo deste monitoramento é entender como as mudanças climáticas impactam as populações de peixes. - Em setembro de 2024, ocorrerá uma coleta de caracterização da ictiofauna do Lago de Tefé. Durante o período da estiagem, no caso de haver mortandade de peixes, haverá coleta de indivíduos mortos para identificação e quantificação das espécies. 

- Manejo da biodiversidade- Manejo de Pesca- A equipe do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá tem atuado em diferentes frentes, como: - Participação em reuniões extraordinárias do Coletivo do Pirarucu com o objetivo de atualizar o Ibama/AM sobre a situação de pesca e/ou dificuldades enfrentadas pelos grupos/coletivos assessorados pelo instituto.
- Apoio à elaboração de Nota Técnica do Coletivo do Pirarucu - subsídio para o pedido de prorrogação do prazo de pesca do pirarucu. O documento está em elaboração.
- Orientação aos grupos/coletivos de que antecipem a pesca, evitando o momento mais crítico da seca.
 
- Manejo de Jacarés- A equipe do Programa de Manejo de Fauna do Instituto Mamirauá antecipou as expedições de monitoramento e contagem na Reserva Mamirauá para o início de setembro de 2024. A antecipação tem por objetivo garantir a elaboração dos planos de manejo de jacarés para 2025. 
- Manejo de Agroecossistemas- Produção de uma Nota Técnica sobre medidas mitigatórias para impactos da seca na agricultura familiar da região do Médio Solimões. O documento está em elaboração.
- Antecipação das atividades de atualização dos dados cadastrais da certificação orgânica nas comunidades da Flona Tefé e entorno, Reserva Amanã e Comunidade Missão. A realização destas atividades antes da seca extrema evita problemas na manutenção de cadastro dos agricultores orgânicos.
- Antecipação das atividades de ações referentes a oficinas e assessoria técnica de políticas públicas para alimentação regionalizada para promover ações que fortaleçam a segurança alimentar na região no período da seca.
- Adiamento das atividades de meliponicultura para o período pós seca para não prejudicar os agricultores com dificuldades de deslocamento.
 

- Difusão da ciência- A seca é o assunto- A equipe do Instituto Mamirauá tem participado de diversos espaços de discussão sobre a temática da seca no contexto da região do Médio Solimões: - Comitê de Gerenciamento de Crise do Município de Tefé.
- Encontro de Manejadores e Manejadoras de Pirarucu.
- Encontro de Pescadores e Pescadoras do Médio Solimões.
- Capacitação de Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) do Distrito Sanitário Especial Indígena Médio Rio Solimões e Afluentes (DSEI-MRSA).
- Apresentação do tema sobre crise climática, com foco na seca, em eventos de popularização da ciência e acadêmicos, como Semana Nacional do Meio Ambiente, Pint of Science, 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, 20º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia, 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, V Semana de Biologia da Universidade do Estado do Amazonas.
 
Publicações
- Cartilhas- Navegando pelas Mudanças Climáticas no Médio Solimões- Autores: Tamna Gadelha da Silva, Lady Layana Martins Custódio, Arezza Maria Meireles Simão, Débora Carolina Hymans, Paula dos Santos Silva, Bianca Darski Silva, Ayan Santos Fleischmann - Ano: 2025 - A cartilha aborda os impactos das mudanças climáticas nas paisagens e no modo de vida ribeirinho da região do Médio Solimões, com foco em cheias e secas. Voltada para crianças, adolescentes e professores, este material apresenta conceitos básicos sobre o tema, atividades do Grupo de Pesquisa em Geociências e Dinâmicas Ambientais na Amazônia do Instituto Mamirauá e ações para enfrentar desafios impostos pelas mudanças climáticas, buscando promover o interesse e a disseminação do conhecimento científico na região. 
- Cartilhas- Secas na Reserva Amanã: Soluções de comunitários para a crise climática no Médio Solimões - Orientações para gestores públicos- Autores: CAMURA, FEMAPAM, Instituto Mamirauá - Ano: 2024 - Os impactos da seca de 2023 foram imensos na Reserva Amanã, localizada na região do Médio Solimões, estado do Amazonas. A estiagem afetou o acesso à água, aos alimentos e à saúde, o escoamento das produções, a pesca, a agricultura. Entre 01 e 02 de agosto de 2024, 51 lideranças comunitárias de seis setores da Reserva Amanã se reuniram em duas Oficinas Pré-Seca e propuseram 23 soluções para diminuir os impactos da estiagem de 2024 e dos anos que virão. As oficinas foram organizadas em parceria entre CAMURA, FEMAPAM, IRD e Instituto Mamirauá. Este documento pretende auxiliar os tomadores de decisão da região para apoiar os comunitários durante a crise climática e diminuir seus impactos. 
- Cartilhas- Água de Beber: Guia Prático para o Tratamento Emergencial de Água Barrenta para Comunidades Ribeirinhas da Amazônia- Autores: João Paulo Borges Pedro, Maria Cecília Rosinski Lima Gomes, Mayara Galvão Martins, Taína Martins Magalhães e Maria das Dores Marinho Gomes - Ano: 2024 - A região da Amazônia é conhecida por sua grande oferta de água, mas em muitas situações essa água não está disponível com uma boa qualidade para consumo. Todo ano, a região passa pelo ciclo de enchente e vazante de seus rios e o acesso à água potável pode ser ainda mais difícil no período de descida das águas. 
Repercussão
Financiadores
Institucional
- O Instituto Mamirauá
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- Parceiros
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- Acervos e Coleções
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- AmazonIA - Encontro Mamirauá
Manejo e Desenvolvimento
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- Manejo de Agroecossistemas
- Manejo de Pesca
- Manejo Florestal Comunitário
- Qualidade de Vida
- Turismo de Base Comunitária
- Centro Vocacional Tecnológico

 
 




















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