Ações

Seca 2024

Secas severas têm se tornado cada vez mais frequentes no estado do Amazonas. Os impactos desses eventos climáticos extremos são diversos e duradouros tanto no ambiente e na biodiversidade, como no modo de vida e na economia das comunidades ribeirinhas. A perspectiva de um novo evento extremo de seca em 2024, como o que ocorreu em 2023, exige uma série de medidas mitigatórias baseadas na ciência e no conhecimento local para que os danos à vida humana e aos ecossistemas sejam minimizados. Nesse sentido, apresentamos a seguir as ações realizadas pelo Instituto Mamirauá com o objetivo de contribuir com a geração e difusão do conhecimento científico para subsidiar políticas públicas, diante do cenário de secas extremas no estado do Amazonas, com foco na região do Médio Rio Solimões.

Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Miguel Monteiro
Ricardo Machado Secretaria-geral da Vice-governadoria
Ricardo Machado Secretaria-geral da Vice-governadoria
Caroline Reucker
Caroline Reucker
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    Mitigação dos impactos da seca

    Recomendações de comunitários para gestores públicos

    Em agosto de 2024 foi elaborado, em colaboração com lideranças comunitárias da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, o documento intitulado “Carta com Recomendações para Mitigação dos Recomendações para Mitigação dos Impactos das Estiagens Severas em Comunidades Ribeirinhas do Amazonas”. O documento foi entregue para o vice-governador do estado do Amazonas, em visita à Reserva Mamirauá na primeira quinzena de agosto.

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Caroline Reucker
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    Fortalecimento e Organização Comunitária

    Oficinas Pré-Seca

    Orientação a comunidades ribeirinhas para elaboração de documentos de modo a solicitar apoio a estruturas de acesso à água.

    Pesquisadores e extensionistas do Instituto Mamirauá realizaram duas Oficinas Pré-Seca de Enfrentamento da Estiagem na Reserva Amanã, contando com 51 lideranças, no contexto do projeto “Vulnerabilidade Social nas várzeas da Amazônia Central no contexto das mudanças climáticas e ambientais”, com apoio do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).

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    Troca de informação e co-criação de soluções para a emergência climática

    População informada

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    Caroline Reucker

    A informação sobre o nível do rio é muito importante para quem vive às margens dos rios amazônicos. Uma forma simples de divulgar esta informação é por meio de programas de rádios e, mais recentemente, por grupos de whatsapp. Desde abril de 2023, o Grupo de Pesquisa em Geociências do Instituto Mamirauá administra um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp que divulga informações sobre os níveis dos rios na região do Amazonas. O Grupo de WhatsApp do Boletim das Águas contempla hoje mais de 800 pessoas, em sua maioria ribeirinhos da região do Médio Solimões, com trocas diárias de informações sobre o nível do rio e os impactos e soluções possíveis para lidar com a estiagem. 

    A divulgação em programas de rádios de Tefé e região acerca do nível do rio, meteorologia, avanço da estiagem e seus impactos foi complementada pela versão do Boletim das Águas em áudio. Em parceria com a equipe do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá, o boletim foi adaptado para o formato de spot de rádio, o que amplia o seu compartilhamento como arquivo de áudio pelo whatsapp.

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    População criativa

    Extensionistas do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá apoiaram a criação do Grupo de Capacitação de jovens da Comunidade Vila Soares (Grupo de Jovens Voz Ativa Ribeirinha) na Reserva Amanã em Uarini/AM. O grupo iniciou a produção de material audiovisual sobre a seca, o qual está em elaboração.

Miguel Monteiro
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    Água potável

    Ações para melhorar o acesso à água potável

    Durante o período da seca, o acesso à água potável pode ser desafiador para quem vive às margens dos rios amazônicos. Em eventos de seca extrema, como no ano de 2023, é fundamental ter alternativas para o tratamento emergencial da água para consumo humano. Nesse sentido, a equipe do Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis e do Programa de Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá elaboraram um material impresso com instruções sobre como tratar a água do rio em situações de emergência e elaboraram também um kit para tratamento para a água. Para garantir o bom uso do guia e do kit, pesquisadores e extensionistas realizaram oficinas de capacitação com profissionais da área da saúde da região de Tefé e Uarini.

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    Água de beber

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    Miguel Monteiro

    O material “Água de Beber: Guia Prático para o Tratamento Emergencial de Água Barrenta para Comunidades Ribeirinhas da Amazônia” teve uma tiragem de 2.500 exemplares e foi distribuído para Agentes Comunitários de Saúde da região.

    Acesse o documento

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    Tratamento emergencial da água

    O “Kit para Tratamento Emergencial da Água” foi distribuído em parceria com as prefeituras de Tefé e Uarini. Foram distribuídos 4 mil kits.

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    Capacitação profissionais de saúde

    Pesquisadores e extensionistas realizaram em agosto de 2024 a capacitação Tratamento Emergencial de Água para Comunidades Ribeirinhas, em parceria com a prefeitura de Tefé e Uarini. Dentre os participantes, estavam 60 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Tefé, 20 de Uarini, além de 35 Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).

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    Suporte a comunidades ribeirinhas

    Desde de 2023, a equipe do Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis e do Programa de Qualidade de Vida realiza o acompanhamento de comunidades que possuem sistemas de bombeamento de água com energia solar, instalados pelo Instituto Mamirauá. O acompanhamento é focado no desempenho e no uso dos sistemas de bombeamento de água, de acordo com as necessidades do período de seca extrema, e nos procedimentos de manutenção realizados pelas comunidades e em parceria com as prefeituras da região.

Miguel Monteiro
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    Monitoramento ambiental e ecológico

    Água e clima

    O Grupo de Pesquisa em Geociências e Dinâmicas Ambientais na Amazônia do Instituto Mamirauá mantém uma rede de monitoramento hidrometeorológico do Médio Solimões, a qual contempla diversos sensores, conforme listados abaixo.

  • Lago Tefé (Flutuante Base e Flutuante Sumaúma)
  • Cano do Mamirauá na Reserva Mamirauá (Flutuante Vitória-Régia)
  • Paraná do Jarauá na Reserva Mamirauá (Flutuante Jaraguá)
  • Lago Amanã na Reserva Amanã (Casa do Baré)
  • Lago Buá-Buá na Reserva Mamirauá
  • Lago Tefé (24 pontos de referência)
  • Lago Tefé (Flutuante Base e Flutuante Sumaúma)
  • Lago Buá-Buá na Reserva Mamirauá
  • Paraná do Jarauá na Reserva Mamirauá
  • Lago Amanã na Reserva Amanã (Flutuante Amanã e Casa do Baré)
  • Tefé (Campus do Instituto Mamirauá)
  • Reserva Mamirauá (Flutuante Vitória-Régia)
  • Tefé (Campus do Instituto Mamirauá)
  • Flona Tefé (Flutuante Sumaúma)

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Para navegar pelos rios e lagos, é importante saber a profundidade, ou fundura, destes corpos d’água. Nesse sentido, pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Geociências e Dinâmicas Ambientais na Amazônia elaboraram e disponibilizaram mapas de batimetria (medida de profundidade) do Lago Tefé e áreas de entorno. Estes mapas podem ser acessados por ribeirinhos utilizando o aplicativo Avenza Maps durante a navegação.

Acesse:

Miguel Monteiro
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    Mamíferos aquáticos

    Pesquisadores(as) do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá promoveram uma campanha de captura científica de botos com o objetivo de avaliar a saúde da população e adaptar transmissores para maior precisão quanto ao uso de habitat e deslocamentos destes animais durante o período de seca. Os dados de movimentação dos botos são essenciais, mortandade sem precedentes que ocorreu no Amazonas durante a seca de 2023, onde 209 animais foram encontrados mortos, 178 deles sendo botos-vermelhos.

    Desde janeiro de 2024, a equipe do Grupo de Pesquisa de Mamíferos Aquáticos mantém um monitoramento contínuo da população de botos do Lago Tefé, com estimativas populacionais, monitoramento de carcaças, comportamental e acústico, além da fotoidentificação dos indivíduos.

    Com o objetivo de subsidiar novas ações necessárias relacionadas à morte destes animais durante estiagens severas na Amazônia, pesquisadores(as) do Grupo de Pesquisa de Mamíferos Aquáticos elaboraram o Protocolo de Conduta durante o Evento de Mortandade Incomum (EMI) de Cetáceos Amazônicos. O protocolo foi elaborado em parceria com diversas instituições brasileiras e estrangeiras que atuaram durante o evento de mortandade de botos de 2023 em Tefé e Coari.

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    Monitoramento de peixes

    Pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Biologia de Peixes do Instituto Mamirauá realizam o monitoramento de populações de peixes em lagos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. O objetivo deste monitoramento é entender como as mudanças climáticas impactam as populações de peixes. 

    Em setembro de 2024, ocorrerá uma coleta de caracterização da ictiofauna do Lago de Tefé. Durante o período da estiagem, no caso de haver mortandade de peixes, haverá coleta de indivíduos mortos para identificação e quantificação das espécies.

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    Manejo da biodiversidade

    Manejo de Pesca

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    André Dib

    A equipe do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá tem atuado em diferentes frentes, como:

    • Participação em reuniões extraordinárias do Coletivo do Pirarucu com o objetivo de atualizar o Ibama/AM sobre a situação de pesca e/ou dificuldades enfrentadas pelos grupos/coletivos assessorados pelo instituto.
    • Apoio à elaboração de Nota Técnica do Coletivo do Pirarucu - subsídio para o pedido de prorrogação do prazo de pesca do pirarucu. O documento está em elaboração.
    • Orientação aos grupos/coletivos de que antecipem a pesca, evitando o momento mais crítico da seca.
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    Manejo de Jacarés

    A equipe do Programa de Manejo de Fauna do Instituto Mamirauá antecipou as expedições de monitoramento e contagem na Reserva Mamirauá para o início de setembro de 2024. A antecipação tem por objetivo garantir a elaboração dos planos de manejo de jacarés para 2025.

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    Manejo de Agroecossistemas

    • Produção de uma Nota Técnica sobre medidas mitigatórias para impactos da seca na agricultura familiar da região do Médio Solimões. O documento está em elaboração.
    • Antecipação das atividades de atualização dos dados cadastrais da certificação orgânica nas comunidades da Flona Tefé e entorno, Reserva Amanã e Comunidade Missão. A realização destas atividades antes da seca extrema evita problemas na manutenção de cadastro dos agricultores orgânicos.
    • Antecipação das atividades de ações referentes a oficinas e assessoria técnica de políticas públicas para alimentação regionalizada para promover ações que fortaleçam a segurança alimentar na região no período da seca. 
    • Adiamento das atividades de meliponicultura para o período pós seca para não prejudicar os agricultores com dificuldades de deslocamento.

Miguel Monteiro
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    Difusão da ciência

    A seca é o assunto

    A equipe do Instituto Mamirauá tem participado de diversos espaços de discussão sobre a temática da seca no contexto da região do Médio Solimões: 

    • Comitê de Gerenciamento de Crise do Município de Tefé.
    • Encontro de Manejadores e Manejadoras de Pirarucu.
    • Encontro de Pescadores e Pescadoras do Médio Solimões.
    • Capacitação de AISs e AISANs do DSEI-MRSA.
    • Apresentação do tema sobre crise climática, com foco na seca, em eventos de popularização da ciência e acadêmicos, como Semana Nacional do Meio Ambiente, Pint of Science, Reunião Anual da SBPC, 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia, Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, Semana de Biologia da Universidade do Estado do Amazonas.

Repercussão

Financiadores

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