Pesquisadores do Instituto Mamirauá participam do 1° Encontro de Tecnologia Social da Amazônia
Publicado em: 11 de dezembro de 2023
Entre os dias 21 a 25 de novembro, foi realizado o 1° Encontro de Tecnologia Social da Amazônia no campus de pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, Pará. O encontro, no qual o Instituto Mamirauá foi um dos organizadores, teve como objetivo estabelecer um fórum regional de discussões sobre tecnologia social na Amazônia, proporcionando atividades de apresentação de trabalhos, painéis temáticos, oficinas e visitas técnicas. O evento contou com especialistas, pesquisadores e comunidade colaboradora da região amazônica, no intuito de explorar soluções inovadoras que promovam o desenvolvimento sustentável e o bem-estar de comunidades locais.
A Diretora de Manejo e Desenvolvimento do Instituto Mamirauá, Dávila Corrêa, integrou um grupo de trabalho que tratou da temática “Tecnologia Social em empreendimentos produtivos: interfaces com economia solidária e gestão social”, promovendo diálogos sobre o desenvolvimento de tecnologias sociais em espaços coletivos. Dávila também coordenou a mesa temática intitulada “Desenvolvimento Rural Sustentável e Cadeias Produtivas da Sociobiodiversidade”.
Segundo Dávila, “A mesa foi organizada de maneira que houvesse apresentações de experiências no campo da tecnologia social, que estão sendo implementadas por coletivos de manejadores e que representam os investimentos em ciência e tecnologia que o Instituto Mamirauá vem desenvolvendo na Amazônia Central em parceria com povos e comunidades tradicionais, como o manejo do pirarucu, manejo de abelhas sem ferrão, sistemas agroecológicos e produção orgânica e espaço produtivo da farinha de Uarini”.
Pesquisadores e técnicos do Instituto Mamirauá também apresentaram estudos em outros três grupos de trabalho, com destaque para o estudo “Considerações Acerca do Arcabouço Legal para o Abate e Beneficiamento de Jacarés e Pirarucus em Unidades de Conservação do Amazonas”, com autoria de Diogo de Lima Franco, Rafaela Dias Lopes, Maria Cecilia Rosinski Lima Gomes, Ana Cláudia Torres Gonçalves, Joice Cleide Toga Maciel, Brenda de Meireles Lima e Dávila Suelen Souza Corrêa. Este estudo recebeu certificado de melhor trabalho avaliado do grupo temático.
No evento, houve o lançamento de duas publicações com a participação de colaboradores do Instituto Mamirauá: (1) Os Caminhos Para o Bem Viver: demandas das reservas extrativistas costeiras e marinhas do estado do Pará (2023-2025) de autoria da Associação dos Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas do Estado do Pará (AUREMs) e (2) Pré-lançamento da Coletânea de Experiências de Tecnologia Social na Amazônia a ser publicada pela Editora do Museu Paraense Emílio Goeldi. A publicação foi organizada pelo Instituto Mamirauá, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como resultado do Programa Tecnologias Sociais para Amazônia Sustentável - Agenda 2030, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Em suma, se referindo ao encontro, a Diretora Dávila Corrêa comenta, “o evento é pioneiro na região Amazônica, reuniu movimento social, organização da sociedade civil, academia e governos, foi um espaço de escuta e debate para pensarmos o futuro da Amazônia e o fomento ao desenvolvimento regional a partir de soluções tecnológicas pautadas pelo protagonismo social, a valorização da cultura, o uso sustentável de recursos naturais e as relações de solidariedade. São soluções desenvolvidas dentro de territórios rurais e urbanos por meio da interação entre conhecimentos que revela um processo de desenvolvimento endógeno, soluções de saneamento que ajudam a melhorar a vida das pessoas nos períodos de baixa das águas dos rios na Amazônia, como o sistema de abastecimento de água com energia solar e também soluções que colaboram para a conservação da sociobiodiversidade, geração de renda e inclusão cultural e digital, entre outros.
O evento também foi um marco para a Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (Abepets), pela primeira vez ocorreu a reunião da regional Norte presencial, esse é um importante espaço de mobilização e integração social, política e acadêmica que subsidiam com diretrizes para tomadas de decisão em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do país”.
Texto: Miguel Monteiro
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