Pesquisa com Ariranhas Busca Compreender seu Estado de Conservação e Ameaças à Espécie

Publicado em: 20 de fevereiro de 2025

A ariranha (Pteronura brasiliensis), a maior lontra do mundo e uma das mais ameaçadas de extinção, tem sido o foco de uma pesquisa na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, no Amazonas. O estudo, coordenado pelo Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, visa entender o estado de conservação, os padrões espaciais e temporais, e a saúde da população de ariranhas na região, além de avaliar a percepção das comunidades ribeirinhas sobre a espécie.

A ariranha, endêmica da América do Sul, sofreu uma drástica redução em sua distribuição geográfica ao longo das últimas décadas. A caça predatória, principalmente para o comércio de peles, e a perda de habitat foram os principais fatores que diminuíram a população dessa espécie e levaram à sua extinção em alguns locais.

Na RDS Amanã, dois anos após a criação da área protegida, a espécie, que havia sido extinta localmente, voltou a habitar a região. No entanto, interações negativas entre os moradores locais e as ariranhas ainda são motivo de preocupação, podendo levar a prejuízos econômicos para as comunidades e ameaças à espécie. Dessa forma, o projeto busca investigar não apenas a ecologia da espécie, mas também a relação com as comunidades humanas.

Comportamento e monitoramento

O projeto de monitoramento também utiliza armadilhas fotográficas para registrar o comportamento das ariranhas. Dentre outras cenas, as câmeras capturaram imagens dos animais espalhando urina e fezes com as patas em locais conhecidos como "latrinas", um comportamento típico da espécie para marcar território e alertar outros grupos sobre sua presença (confira aqui o vídeo). As armadilhas fotográficas também permitem aos pesquisadores mapear a distribuição das ariranhas na reserva e entender como diferentes grupos interagem entre si e com o ambiente.

Sendo um animal topo de cadeia, a conservação das ariranhas na RDS Amanã não só beneficia a espécie, mas também contribui para o equilíbrio do ecossistema como um todo. Ao investigar seu estado de conservação e buscar formas de conciliar a coexistência entre as ariranhas e comunidades locais, o projeto representa um passo importante em direção à proteção da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável das comunidades humanas que compartilham o mesmo território.


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