Medicina da Conservação para tartarugas e jacarés

Publicado em: 21 de junho de 2013

Para que o corpo humano tenha saúde, é preciso cuidar de cada componente seu. E com a natureza não é diferente: para que ela tenha vitalidade precisamos da saúde humana, animal e ambiental. E esse é o objetivo da ciência conhecida como medicina da conservação. Um dos parceiros do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá é o Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação - Tríade, e o próximo trabalho conjunto será em Tefé, no Amazonas, a partir do dia 24 de junho.
 
"Faremos uma série de avaliações bioquímicas em quelônios e crocodilianos a partir de um banco de soro que o Instituto Mamirauá armazenou em alguns meses de trabalho de campo", conta Paulo Rogério Mangini, diretor-presidente da Tríade. Com essas análises os institutos esperam conhecer melhor os parâmetros fisiológicos e de saúde desses animais. "Alguns dos dados também poderão contribuir para estratégias de manejo dessas espécies", completa Mangini.
 
Após as análises, o Projeto Aquavert, que é desenvolvido pelo Instituto Mamirauá, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, produzirá relatórios com dados inéditos. "Os dados gerados têm uma função dentro da conservação de espécies abordada pelo Aquavert. Procuramos, através desses resultados, identificar problemas de saúde dos animais, que podem estar relacionados com questões ecológicas locais - como os ciclos de cheia e seca -, a diversidade das espécies e outros", revela o pesquisador.
 
Mas os trabalhos não param por aí: entre 8 e 16 de julho será ministrado um curso buscando aperfeiçoar os profissionais locais em técnicas de pesquisa em vertebrados aquáticos, incluindo coleta, armazenamento e processamento de amostras biológicas em campo. "Isso é muito importante na conservação: saber como coletar e como avaliar os resultados", explica.
 
Parceria
O trabalho do Instituto Mamirauá com o tema de medicina da conservação começou em 2008, com participação no edital One World One Health (Um Mundo Uma Saúde) da Wildlife Conservation Society com projeto de saúde da fauna associada à saúde ambiental. "Depois desse trabalho estreitamos nossos laços e a Tríade passou a participar ativamente do Aquavert em 2012, onde ajudamos a delinear e executar levantamentos de saúde com as espécies que o projeto trabalha", relembra Mangini.
 
"Eu vejo a parceria entre Instituto Mamirauá e Tríade como uma estratégia bastante acertada, onde unimos experiências de dois campos de forma bastante satisfatória", afirma. "O Mamirauá possui uma bagagem fantástica de manejo de fauna in situ, e junto com a experiência acumulada pelos pesquisadores da Tríade, isso representa uma forma nova de trabalhar temas paralelos que muitas vezes estavam dissociados".
 
Texto: Lilian Wiczneski
 

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