Instituto Mamirauá monitora onça rara na Amazônia
Publicado em: 9 de Janeiro de 2014
O Instituto Mamirauá está monitorando um tipo raro de onça na Amazônia: a onça-preta. O monitoramento vem sendo possÃvel desde outubro, quando o espécime foi capturado em uma das trilhas de pesquisa da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Pesquisadores instalaram uma coleira de rádio GPS no animal e sua posição é conhecida a cada dois dias. Das 15 onças-pintadas capturadas desde o início da pesquisa em 2008, apenas uma era preta.
"Apesar de serem frequentemente confundidas como uma espécie distinta da onça-pintada (Panthera onca), as onças-pretas são, na verdade, indivÃduos melânicos de onça-pintada que desenvolvem esta caracterÃstica por causa de uma mutação", disse o pesquisador Emiliano Esterci Ramalho, responsável pelo projeto que estuda a ecologia da onça-pintada nas florestas inundáveis de várzea da Amazônia. O principal objetivo do estudo é entender como as onças-pintadas se comportam e usam o habitat da região quando o nÃvel da água sobe e alaga esse tipo de floresta.
Para capturar as onças-pintadas, trinta armadilhas de laço foram utilizadas, espalhadas em seis trilhas identificadas como locais de passagem de onças. Durante a campanha, a equipe percorria diariamente as trilhas para verificar as armadilhas e se algum animal havia sido capturado. Ao mesmo tempo, a equipe avaliava os vestÃgios da presença de onças-pintadas na área, para aproximar as armadilhas dos locais onde as onças estavam andando durante a campanha. Segundo Emiliano, a onça-preta capturada era um macho de 55 quilos, mas, dias antes, uma fêmea havia sido fotografada pelas armadilhas fotográficas na mesma trilha.
"O espécime capturado tinha boa condição corporal, dentes brancos e pouco gastos (indicação de que é ainda um animal adulto jovem). Amostras de sangue foram coletadas para avaliar a presença ou não de patógenos, além de outros exames complementares como hemograma e perfil bioquÃmico para estabelecer o estado de saúde do indivÃduo capturado", afirmou a veterinária Louise Maranhão.
A onça-preta capturada foi o primeiro animal que teve o colar GPS instalado nesta campanha. As atividades serão retomadas em fevereiro, quando se pretende instalar mais quatro colares.
Texto: Eunice Venturi
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