Com foco em ambientes de várzea, Instituto Mamirauá promove curso de manejo florestal comunitário

Publicado em:  5 de março de 2018

Para compartilhar sua experiência em manejo florestal comunitário, o Instituto Mamirauá promoveu o curso "Capacitação de Multiplicadores em Manejo Florestal Comunitário em Área de Várzea: 2ª Etapa – Exploração de Impacto Reduzido". Realizado no período de 19 a 25 de fevereiro, o curso teve como objetivo capacitar técnicos e outros profissionais envolvidos direta ou indiretamente na atividade de manejo florestal comunitário em áreas protegidas da Amazônia.

Em um primeiro momento, na sede do Instituto Mamirauá, o curso abordou temas como a organização social das comunidades ribeirinhas na Amazônia, planejamento da exploração, custos da atividade de manejo florestal e a comercialização da madeira manejada. Na Reserva Mamirauá, unidade de conservação localizada no estado do Amazonas, os participantes aprenderam na prática como funciona a exploração de impacto reduzido e as medidas de segurança necessárias para o desenvolvimento da atividade florestal.

O curso contou com a participação de profissionais de diversas regiões do Brasil. Para Rone Parente, técnico do Instituto Mamirauá, o momento proporcionou uma troca de experiência importante. "Essas pessoas serão fundamentais para disseminar as técnicas de manejo florestal voltadas para área de várzea", afirmou.

Para Paula Simão Batista, do Senac - Osasco (SP), a troca de experiências foi um dos pontos positivos do curso. "Foi uma experiência incrível porque cada um vem de um lugar. São culturas e hábitos totalmente diferentes. Isso é muito enriquecedor", disse. Como professora, Paula espera replicar para os seus alunos todo o conhecimento adquirido no curso.  "Quero levar para os meus alunos toda essa bagagem adquirida com o curso e com a vivência aqui", ressaltou a profissional.

O professor do Instituto Federal do Amazonas, Marcos Ribeiro, conta que a experiência será repassada para os seus alunos, na cidade de Eirunepé, no Amazonas.  "A partir desse curso, poderei passar para os meus alunos uma análise melhor do conteúdo e das peculiaridades do manejo florestal em áreas de várzea. Isso irá enriquecer muito mais a disciplina e a formação desses futuros técnicos florestais", disse o professor.

Impacto Reduzido

Como explica o técnico Rone Parente, a exploração de impacto reduzido segue três princípios: ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. "A exploração de impacto reduzido difere totalmente da exploração convencional. Na exploração de impacto reduzido, nós aplicamos algumas técnicas de corte, direcionando a árvore para reduzir o impacto, aumentar a produtividade e garantir a segurança do manejador", explicou o técnico.

O curso "Capacitação de Multiplicadores em Manejo Florestal Comunitário em Área de Várzea: 2ª Etapa – Exploração de Impacto Reduzido foi realizado com financiamento da Fundação Gordon and Betty Moore.

Sobre o manejo florestal comunitário em área de várzea

A legislação responsável por regulamentar a prática de manejo florestal em ambiente de várzea é recente. Sua criação teve como base as experiências dos manejadores e os resultados de pesquisas realizadas pelo Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).

De acordo com Rone, o manejo florestal consiste em uma atividade dinâmica. E, na várzea, isso se intensifica. "É necessário adotar algumas técnicas específicas para essa área", explicou o técnico.

Na cartilha "Manejo Florestal Comunitário da Várzea da RDS Mamirauá", o Instituto Mamirauá apresenta sua experiência com a atividade e traz informações importantes para manejadores florestais, compradores de madeira e para sociedade em geral. O download da publicação pode ser feito gratuitamente em nosso site. 

Texto: Laís Maia 

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