Energia solar e tratamento de água é tema de curso de multiplicadores no Amapá

Publicado em:  5 de novembro de 2019

Centro Vocacional Tecnológico do Arquipélago da Bailique (AP) recebeu oficinas de técnicos e pesquisadores do Instituto Mamirauá

Tecnologias sociais de energia solar e tratamento de água foram apresentados a moradores de comunidades ribeirinhas do estado do Amapá por pesquisadores e técnicos do Instituto Mamirauá em curso de multiplicadores. 

O evento aconteceu entre os dias 14 e 19 de outubro na comunidade Arraiol, localizada no Arquipélago do Bailique, localizado na foz do rio Amazonas e formado por oito ilhas onde residem cerca de dez mil pessoas distribuídas em 51 comunidades.

Os cinco dias de curso contaram com atividades teóricas e práticas para 27 pessoas da região, dos quais 22 são alunos do Centro Vocacional Tecnológico Agrobiodiversidade do Bailique.

As palestras e atividades foram ministradas pelos técnicos do Programa Qualidade de Vida e pesquisadores do Grupo de Pesquisa em  Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis (GPIDATS) do Instituto Mamirauá.

A programação do curso foi dividida em duas etapas. Na primeira, os estudantes aprenderam sobre energia solar em conteúdos sobre princípios básicos de eletricidade, fontes renováveis e não renováveis de energia, bombeamento de água com energia solar fotovoltaica, conceitos básicos de instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos.

A segunda parte da oficina tratou de tratamento da água e o conteúdo abrangeu qualidade e doenças relacionadas a ingestão de água não tratada e de técnicas de tratamento domiciliar de água – como sedimentação, filtração, coagem e desinfecção.

Ao fim da programação, os participantes montaram filtros para tratamento domiciliar de água e um sistema demonstrativo de energia solar.

Os desafios para a região ainda são muitos e os técnicos do Instituto Mamirauá tiveram que pensar em adaptações para as tecnologias sociais testadas na Amazônia Central, principal área de atuação da organização.

"Apesar de ser parte da bacia amazônica, é bem diferente da Amazônia Central porque sofre influência das marés. Em ambos os locais, há um excesso de água, só que lá eles sofrem com problemas relacionados à salinidade da água pela proximidade com o mar. É um problema negativo e difícil de tratar. Ao mesmo tempo, eles têm uma facilidade maior de acesso à energia e todas as casas abastecem a água com sua própria bomba", avalia Leonardo Capeleto, pesquisador do Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e um dos ministrantes das oficinas.

De acordo com Leonardo, existe também uma necessidade de melhor gerenciamento da energia solar já utilizada em algumas casas da comunidade. "Para eles conseguirem utilizar um freezer, por exemplo", diz.

"É importante essa troca de experiências e conhecer essas realidades para a gente também trazer conhecimento para ações na Amazônia Central", finaliza.

O Curso de Multiplicadores foi fruto de uma parceria entre o Instituto Mamirauá e a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e foi possível com o apoio da Fundação Gordon e Betty Moore.

Texto: Júlia de Freitas


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