Instituto Mamiruá promove Seminário de Turismo de Base Comunitária

Publicado em: 27 de setembro de 2014

Nesta última semana de setembro técnicos e pesquisadores do Instituto Mamirauá, comunitários da Reserva Mamirauá e funcionários e prestadores de serviço da Pousada Uacari estiveram reunidos em Tefé. Todos participaram do I Seminário de Turismo de Base Comunitária, evento realizado para discutir a transferência de gestão da pousada.

Em sua primeira parte, aberta ao público em geral, o seminário apresentou aos participantes a história de alguns empreendimentos turísticos que já tiveram a sua gestão transferida para comunitários. Desta forma, foi viabilizada a participação de integrantes da equipe do Ecolodge Kapawi, no Equador, da Posada Amazonas e do Rainforest Expeditions, ambos no Peru.  Andres Ordóñez, gerente do ecolodge Kapawi, lembra que ao ser convidado para o evento pensou muito sobre a importância de sua colaboração. "Venho contar uma história completa, com o que deu certo e com o que deu errado no nosso caso. Vou contar principalmente quais foram os nossos momentos problemáticos e difíceis, para que vocês experimentem outras possibilidades e não o que já foi feito em outros lugares e não funcionou. Porque este é um tema sério, e não se trata só de uma empresa, mas do impacto que ela tem na vida das pessoas e das comunidades", contou Andres.

Após esta primeira parte, o evento discutiu a transferência de gestão da própria Pousada Uacari. Em operação desde 1998, hoje a pousada tem sua gestão compartilhada entre o Instituto Mamirauá e as comunidades, representadas principalmente pela Associação de Auxiliares e Guias de Ecoturismo de Mamirauá (AAGEMAM). Por meio dessa associação os comunitários prestam serviço na pousada, durante períodos intercalados. "Neste seminário estamos elaborando um documento com uma proposta dos presentes, que são os integrantes da AAGEMAM, principalmente, para decidir quem serão os donos da Pousada Uacari e quem irá gerenciar a pousada. É importante deixar bem clara esta diferença", mostra Pedro Nassar, técnico do Programa de Turismo de Base Comunitária do Instituto Mamirauá.

A AAGEMAM tem um papel de protagonista neste processo, mas representantes das comunidades, que não atuam diretamente na atividade da Pousada Uacari, também fazem parte da discussão. Ruth Martins, da comunidade Boca do Mamirauá, contou que espera que essa transferência dê certo: "Isso é um primeiro passo, sabemos que essa transferência não vai acontecer de uma hora para outra".  Mas ressalta que acha "importante ter mais gente das comunidades participando, para sermos mais responsáveis pela pousada e nos sentirmos donos dela".

Pedro ainda ressalta que "o importante agora é decidir com o grupo que está aqui presente que proposta será levada para as comunidades, para saber se eles também aprovam este modelo ou se terá alguma mudança. Fomos adaptando o seminário ao que foi acontecendo, a ideia era fazer um plano de transferência, mas o grupo entendeu que é muito importante decidir os papéis que cada um irá assumir. Definindo esses papéis, podemos adiantar e agilizar o processo e facilitar a transferência. Vamos dar os próximos passos a partir daí".

Por Vanessa Eyng

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