Caça de subsistência na Amazônia em debate em Simpósio do Instituto Mamirauá

Publicado em:  6 de julho de 2018

Mesa redonda sobre o tema foi destaque do terceiro dia da 15° edição do Simcon, promovido pelo Instituto Mamirauá, em Tefé, no estado do Amazonas

No terceiro dia de programação, a 15° edição do Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia (Simcon) seguiu promovendo debates e o diálogo entre especialistas de diferentes áreas do conhecimento. A tarde da quinta-feira (06), foi marcada pela reunião de uma rede de especialista de diversas instituições para discutir o cenário atual da caça na Amazônia, a legislação brasileira sobre o assunto e os principais desafios para o manejo de fauna.

Participaram da mesa redonda "Caça de subsistência na Amazônia e a Rede de Investigação em Biodiversidade, Conservação e Uso da Fauna Silvestre", o Diretor Técnico Científico do Instituto Mamirauá, Dr. João Valsecchi, Dr. Ronis da Silveira, da Universidade Federal do Amazonas, Dr. André Pinassi Antunes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, MSc. Milton José de Paula, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará e Lisley Pereira Lemos, pesquisadora do Instituto Mamirauá.

O diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, João Valsecchi, apresentou a Rede de Investigação em Biodiversidade (Redefauna), uma iniciativa destinada a apoiar e desenvolver pesquisas nas áreas de biodiversidade, ecologia, morfologia, fisiologia e comportamento animal. De acordo com o diretor, a atuação da Redefauna vai além da geração de conhecimento científico sobre a fauna. "A atuação da rede compreende também a aplicação desse conhecimento na conservação e manejo da biodiversidade", ressaltou.  

A mesa redonda

Em sua fala, o Dr. Ronis da Silveira falou da diferença da caça comercial e da caça para subsistência. "São mundos muito distintos. Na caça comercial, se você quer realmente faturar, você quebra a população. Não existe população que suporte a pressão, independente da espécie ou ecossistema", afirmou. 

O pesquisador falou ainda do avanço do conhecimento científico, em especial sobre os jacarés amazônicas da Reserva Mamirauá, mas lamentou que as informações dificilmente sejam levadas em consideração no momento de tomadas de decisão. "É frustrante, mas a gente continua trabalhando". Ronis ressaltou ainda a importância de melhorar a comunicação da comunidade científica com a sociedade. "Precisamos falar de uma forma mais simples", disse o especialista. 

Respondendo a um questionamento uma possível atualização do projeto de lei que regulamenta a atividade de caça no Brasil, o Diretor Técnico Científico do Instituto Mamirauá, João Valsecchi, falou da importância do diálogo antes de uma tomada de decisão. "É necessário uma atualização. Não faz sentido que uma lei que não reconheça o direito da caça para alimentação esteja em pé, mas isso precisa ser discutido e bem trabalhado", opinou o pesquisador da unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Sobre o simpósio

O Instituto Mamirauá é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Comunicações e Inovações (MCTIC). Sediada na região do Médio Solimões, Amazônia, o instituto realiza tradicionalmente o Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia (Simcon). A edição 2018 do evento conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e da Fundação Gordon and Betty Moore.

Texto: Laís Maia

 

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