Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

O Instituto Mamirauá promove hoje, 25 de julho, a 8ª Rodada de Negócios de Pirarucu.  Este evento reúne manejadores, fornecedores de insumos e compradores, que podem se apresentar e demonstrar seus interesses, estabelecendo contatos. É um primeiro passo para a venda do pirarucu que será pescado a partir de setembro deste ano.

Na primeira parte do evento Ana Cláudia Torres, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, falou sobre as perspectivas e avanços do pirarucu legal no mercado local. "Gerando renda e usando o recurso, o manejo é uma forma de promover a conservação do pirarucu. A população da espécie cresce e a quota solicitada pelos manejadores sempre é responsavelmente menor do que o permitido, buscando nunca exaurir o recurso. O desafio é vender esta quota com melhor preço", disse Ana Cláudia.

As quotas para pesca, entregues pelo Ibama durante o 7º Encontros de Manejadores, realizado no dia anterior, já indicam o possível volume de pirarucu a ser comercializado.  Em 2014, 11.910 pirarucus poderão ser pescados por 11 grupos assessorados pelo Instituto Mamirauá.  A tabela abaixo lista esse volume por grupo:

Os representantes destes grupos de manejadores vão a frente no encontro, desenhando as intenções do grupo para a venda de sua quota. Lojistas de Tefé e Manaus participaram e apresentaram, por exemplo, os tipos de malhadeiras que comercializam.  Donos de embarcações disponibilizam frete para transportar a produção e os compradores informam as espécies sobre as quais têm interesse, além de sinalizar formas de pagamento, adiantamento de valores e até preço por quilo.  Após estas apresentações ocorrem as mesas de negociação, onde os presentes avançam na discussão de cada ponto da comercialização. É possível sair daqui com parte do pescado já negociado.  

 A venda é um resultado concreto do manejo, mas representa somente uma parte de todo o trabalho que envolve esta atividade. Bons resultados da comercialização estimulam esta prática, que requer muito esforço e comprometimento. A Rodada de Negócios de Pirarucu é fundamental porque a venda do peixe ainda é um gargalo na cadeia produtiva da pesca manejada. Promove o produto e a prática de manejo, gerando uma renda que engloba todos os custos de produção e que valoriza o trabalho dos pescadores. Os dois eventos, o Encontro de Manejadores e a Rodada de Negócios do Pirarucu, complementam-se e reforçam a importância do trabalho que está sendo desenvolvido por pescadores, instituições e órgãos públicos em prol da pesca manejada.  

Por Vanessa Eyng