Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

O modelo de sanitário existente na várzea é o das fossas negras, que facilitam o contato das fezes com a água do rio e solo, devido às chuvas abundantes e inundações anuais. As construções feitas nestes locais devem ser adaptadas para resistir à inundação e estarem de acordo com os anseios dos moradores.

Com a intenção de aprimorar as adaptações, o Instituto Mamirauá instalou diversos sanitários ao longo de 20 anos nas Reservas Mamirauá e Amanã. Os sanitários hídricos e secos apresentados aqui foram desenvolvidos a partir dos aspectos positivos encontrados nas experiências anteriores e fazem parte de uma pesquisa que avalia seu uso e eficiência na redução do potencial de contaminação das fezes.

O sanitário hídrico ou convencional possui um assento comum (vaso sanitário), uma pia para higienização das mãos e um sistema de tratamento do esgoto, que consiste em duas fossas sépticas de plástico, um pós-tratamento com filtro plantado e um sumidouro no solo. O sanitário e seu sistema de tratamento do esgoto estão sobre uma estrutura concreto e foram instalados acima do nível da água, para que não fossem alagados durante a cheia, evitando a contaminação da água.

Outro modelo é o sanitário seco, com separação de urina. Nesse sanitário não há o uso de água para transporte de dejetos. A urina e as fezes ficam armazenadas em depósitos diferentes durante alguns meses, para desidratação e higienização. Com a instalação de um tubo de ventilação e a adição de materiais secos às fezes (como pó de serra, cinza ou terra), o sanitário não tem mau cheiro e é agradável ao uso. Esse sanitário seco também foi construído acima do solo, protegendo o solo e água. Após a higienização, os produtos podem ser aproveitados como fertilizante ou descartados no solo.