Equipe do MCTIC conhece projetos de tecnologias sociais na Reserva Mamirauá

Publicado em: 14 de agosto de 2019

Sistemas de abastecimento de água e outras tecnologias implementadas pelo Instituto Mamirauá foram apresentados em viagem à Reserva Mamirauá

Garantir água potável e boas condições sanitárias é um desafio nas comunidades ribeirinhas da área de várzea da Amazônia. Afastados de grandes centros, os ribeirinhos da região necessitam de tecnologias específicas e adaptadas ao ecossistema, cuja dinâmica de cheias deixa centenas de comunidades alagadas durante boa parte do ano.

Visando suprir essas necessidades e aumentar a qualidade de vida da população da região, o Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), utiliza a pesquisa científica como ferramenta para o desenvolvimento e implementação de tecnologias sociais adaptadas às condições da várzea.

Para conhecer essas inovações, uma equipe da Secretaria de Tecnologias Aplicadas (SETAP) do MCTIC visitou, junto de técnicos e pesquisadores do Instituto Mamirauá, duas comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada na região do Médio Solimões, no estado do Amazonas.

"O principal objetivo foi conhecer os trabalhos desenvolvidos junto às comunidades e também as suas necessidades, para, em parceria, delinearmos projetos que visem a melhoria da qualidade de vida das comunidades", afirma a diretora do departamento de Tecnologias para Programas de Desenvolvimento Sustentável e Sociais (DEPDS) da SETAP, Maria Cláudia Castro.

Na visita, foi apresentado o sistema de abastecimento de água à base de energia solar, tecnologia desenvolvida e instalada pelo Programa Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá em 21 locais da reserva, atingindo cerca de 1.700 pessoas.

O sistema é alimentado por painéis fotovoltaicos que são colocados sobre o rio em balsas flutuantes, bombeando a água para um reservatório elevado. O reservatório é conectado a um filtro de areia para pré-tratamento da água e, após a filtragem, a água é distribuída para as residências. 

Além disso, foram apresentadas iniciativas que visam o tratamento de esgoto, como a implementação de sanitários hídricos e secos. Os sanitários servem como alternativa às fossas negras, que por causa das inundações anuais implicam em alto potencial de contaminação por rejeitos.

"A sazonalidade das águas dos rios é um elemento desafiador. A tecnologia precisa ser eficiente tanto no nível mais baixo do rio, quanto no pico da cheia. Uma vez consolidada na várzea, é possível replicar para áreas de terra firme", afirma a diretora de Manejo e Desenvolvimento do Instituto Mamirauá, Dávila Côrrea.


Comunidades ribeirinhas tiveram acesso à água potável facilitado (Foto: Amanda Lelis)
Sistema de abastecimento de água foi desenvolvido pelo Instituto Mamirauá (Foto: Alex Socci)

Retorno das comunidades

A equipe do MCTIC também conheceu e conversou com comunitários, que relataram as experiências das comunidades com os projetos do Instituto Mamirauá. 

Dávila afirma que o contato da instituição com os comunitários, com outras instituições e com o poder público é essencial na garantia da eficiência dos projetos. "Garante a sustentabilidade da tecnologia e ao mesmo tempo a ciência cumpre um importante papel na sociedade", diz.

"Me chamou a atenção a linguagem técnica dos pescadores e comunitários sobre o manejo de pirarucu, por exemplo. Também notei o grande reconhecimento que eles têm pelo instituto", avalia a coordenadora geral da SETAP, Sônia Costa.

Sônia também classificou a expedição como essencial para o fortalecimento de laços com o instituto e para o desenvolvimento de novas parcerias em projetos com tecnologias que poderão ser replicadas em outras regiões isoladas do país.

Texto: Júlia de Freitas


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