Unidade de Conservação no Amazonas tem novos agentes ambientais voluntários

Publicado em: 17 de agosto de 2015

O Governo do Amazonas credenciou, no final de julho, 28 novos agentes ambientais voluntários. Agora eles somam-se aos demais que atuam, junto com suas comunidades, pela proteção e preservação das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã. Há dois anos, os agentes são credenciados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e, na área dessas duas reservas, o Instituto Mamirauá atua como parceiro para a formação e acompanhamento dos agentes. O credenciamento de 28 novos agentes da Reserva Mamirauá aconteceu na cidade de Uarini (Am) e completou a soma de 108 protetores da floresta, desde que a parceria com o programa do Estado iniciou. 
 
Desde 2013, o Instituto Mamirauá colabora com a Secretaria, por meio do Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (Demuc), que desenvolve o programa Agente Ambiental Voluntário desde 2008. Anteriormente, a parceria era com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Com a mudança, as oficinas de formação dos agentes ganharam uma nova configuração e eles deixaram de ser agentes de fiscalização, atuando em conjunto com as comunidades ribeirinhas pela proteção, vigilância e incentivo ao uso sustentável dos recursos naturais, acrescentado um importante papel: o de educadores ambientais.
 
"É fundamental o desempenho do agente hoje, com essa nova cara, com esse novo papel de educador, de agente de mobilização e de agente político, que vai reivindicar polí­ticas públicas ao município, ao Estado e ao Governo Federal, principalmente em relação à fiscalização das áreas da Unidades de Conservação", enfatizou Paulo Roberto de Souza, responsável pela atividade de Proteção Ambiental do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá.
 
Karen de Santis Campos, do Demuc, ressalta que são quatro pontos chaves abordados durante a oficina de capacitação. "O papel principal para eles estarem atuantes é de educador ambiental, com palestras nas escolas e conversas com os moradores da comunidade, por exemplo. Além de educador ambiental, também devem trabalhar como mediadores de conflito, resolvendo problemas sem precisar chegar a pontos extremos. Também esperamos que multipliquem lideranças, e, outro ponto é serem mobilizadores sociais, envolver as comunidades, as lideranças, os jovens. Esses são os quatro pontos principais da atuação dos agentes", afirmou. 
 
Alcione Meireles Rodrigues foi um dos agentes ambientais credenciados em Uarini. Morador da comunidade Nossa Senhora de Fátima desde que nasceu, Alcione hoje é o presidente da Associação dos Moradores da Reserva Mamirauá e se destaca na atuação junto à comunidade para garantir a preservação da área e a qualidade de vida dos moradores. 
 
"A gente trabalha com agricultura, pesca e artesanato. Nós somos usuários da Reserva, não somos moradores da Unidade de Conservação. Mas a gente cuida, participa da vigilância das áreas de pesca, sempre falando com as pessoas da importância de cuidar para garantir o amanhã", reforçou Alcione.
 
Paulo Roberto comentou que a questão do descarte de resíduos sólidos é um dos assuntos muito reforçados com os agentes. Em função das áreas em que estão situadas, e da grande interferência que sofrem das enchentes, as comunidades ainda buscam soluções viáveis para a destinação do lixo, o que diminuiria o risco de contração de doenças pelos moradores e também os impactos ambientais nessas áreas.  
 
"O agente é muito importante tanto para as áreas que já têm alguma iniciativa de manejo de recursos naturais como a pesca, por exemplo, onde é fundamental a vigilância para que continue existindo o recurso, mas também é importante para outras comunidades. A gente sempre chama atenção para a questão do lixo, o que fazer com o resíduo sólido que é gerado. Esse é um desafio para o agente, junto com a comunidade, que deverá se debruçar e pensar em alternativas para resolver ou diminuir esse problema", disse Paulo Roberto.
 
A grande expansão das áreas e dificuldades de acesso a essas Unidades de Conservação dificultam a presença e acompanhamento dos órgãos públicos. Karen reforçou que os agentes ambientais são importantes aliados do Estado na preservação e controle do uso do recurso. "Eles vão ser uma ponte, uma extensão do gestor da Unidade de Conservação. Por estarem dentro dessas unidades, vão saber o que acontece e quais as problemáticas que envolvem a conservação", reforçou Karen.  

A atividade de Proteção Ambiental do Programa de Gestão Comunitária do Instituto Mamirauá faz parte das ações do Projeto Participação e Sustentabilidade: o uso adequado da biodiversidade e a redução das emissões de carbono nas florestas da Amazônia Central (BioREC), financiado pelo Fundo Amazônia. Texto: Amanda Lelis.

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