Um multiplicador de conhecimento para São Francisco do Capivara

Publicado em:  6 de abril de 2018

São Francisco do Capivara, município de Maraã, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã. De lá veio Jocimar, de 29 anos, trazendo a esposa e o filho recém-nascido. O objetivo? Ingressar no curso do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Instituto Mamirauá e buscar conhecimento técnico para aplicar em sua comunidade e melhorar a qualidade de vida dos que vivem ali.

As atividades do Centro Vocacional Tecnológico do Instituto Mamirauá – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC) –contam com recursos da Gordon And Betty Moore Foundation.

Como era sua rotina antes das aulas no CVT?

Quando abriu o edital, eu estava trabalhando no comércio e, na minha comunidade, eu trabalhava pescando. Lá, a gente dividia as atividades em três períodos; dependendo da cheia do rio, a gente sai para pescar mais longe ou fica mais perto da comunidade.  

E o que te fez ingressar no curso?

As lideranças na minha comunidade já possuem bastante conhecimento sobre algumas práticas importantes, até porque já fazem isso há muito tempo, principalmente em relação à pesca. Mas falta um conhecimento técnico, e foi justamente pensando nisso que eu ingressei no curso. Tive muito apoio da minha família e do pessoal da comunidade, que sempre entendeu essa necessidade de buscar conhecimento. Eu já fiz outros cursos, como contador de pirarucu e contabilidade.

Qual foi o maior desafio que você enfrentou no curso?

Acho que o mais difícil até aqui foi elaborar o diagnóstico para o plano de trabalho. Eu já tinha uma proximidade com as pessoas da comunidade, participava das reuniões. Mas organizar uma reunião e envolver o pessoal foi completamente diferente.

E quais foram os problemas apontados no diagnóstico?

A comunidade apontou dois principais problemas. Um é a falta de fiscalização. Atualmente, ela ocorre com mais intensidade no final do ano. O outro problema diz respeito ao patrimônio da associação. Nós precisamos conscientizar os comunitários sobre a importância de cuidar do que nós temos.

Qual desses aspectos você vai abordar no seu plano de trabalho?

No meu plano de trabalho, vou focar na questão do patrimônio. Quando eu voltar para a comunidade, a primeira coisa que farei é conversar com os coordenadores para realizar um levantamento de tudo o que temos de patrimônio. Vamos verificar a quantidade de cada um dos materiais, por exemplo, flutuantes, malhadeiras, motores, entre outros, e avaliar o custo de cada um. Acho que essa é uma forma de mostrar a importância de cuidar melhor do patrimônio.

O que mudou em você com a experiência no CVT?

Eu sempre tive vontade de estudar, mas nem sempre a gente tem oportunidade. Então, quando temos uma chance como essa, a gente busca aproveitar. As aulas no CVT me trouxeram muitos conhecimentos, e eu espero poder aplicar na minha comunidade. Além disso, achei muito interessante o convívio direto com o Instituto Mamirauá. Eu já tinha algum conhecimento sobre o trabalho desenvolvido aqui, mas foi bom aprender mais.  Espero ter outras oportunidades como essa.  

Texto: Laís Maia 

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