Técnicos do Instituto Mamirauá sobrevoam Reserva para monitorar peixes-boi

Publicado em: 24 de outubro de 2012

 

24/10/2012 - Uma equipe de técnicos do Instituto Mamirauá está monitorando diariamente o deslocamento de cinco peixes-boi amazônicos reintroduzidos à natureza há dois meses. Vítimas de atividades de caça ou de acidentes em redes de pesca, os animais passaram por processo de reabilitação no Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico, que o Instituto mantém na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, com registro de criatório conservacionista autorizado pelo Ibama.

Os animais foram devolvidos à natureza com um cinto transmissor de ondas de rádio adaptado à cauda, o que permite que a equipe acompanhe os mamíferos a bordo de embarcações do tipo "voadeira". Na última terça-feira (23), técnicos do Centro de Reabilitação realizaram um sobrevoo pela Reserva Amanã, em busca do sinal de um dos peixes-boi, que deixou de ser captado.

Há duas semanas, a equipe de monitoramento deixou de captar o sinal emitido pelo cinto transmissor do peixe-boi Jovenal (macho, com aproximadamente dois anos e meio). A bordo de um avião bimotor, modelo Sêneca II, equipado com antenas receptoras, a expedição sobrevoou o lago Amanã e corpos d água adjacentes.

Foram captados os sinais emitidos pelos rádios dos peixes-boi Piti (macho, quatro anos), Negão (macho de três anos) e Benguela (fêmea, dois anos e meio) - Alagoilton, um macho de três anos, foi solto sem o cinto transmissor, uma vez que seu pedúnculo caudal, a "cintura" do peixe-boi, era muito estreito. Os sinais de Jovenal não foram localizados.

A oceanógrafa Miriam Marmontel, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, cogita as hipóteses para a perda do sinal: "o sinal estar encoberto pelo matupá (vegetação aquática) ou algum outro obstáculo natural, o animal pode ter-se deslocado para além do alcance da cobertura do voo ou, como hipótese menos provável, ele poderia ter sido abatido por um caçador".

A pesquisadora define a caça como explicação menos provável para a perda de sinal devido ao envolvimento das comunidades da Reserva Amanã no trabalho de reabilitação dos peixes-boi. Nos últimos meses, agentes ambientais que atuam na Reserva não obtiveram registro de caça de peixe-boi.

 

Conservação

Considerado como criticamente ameaçado de extinção, o peixe-boi amazônico é uma das espécies-alvo do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), desenvolvido por pesquisadores do Instituto Mamirauá com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Além do peixe-boi, as pesquisas do projeto também abrangem jacarés, quelônios e outras espécies de mamíferos que habitam as reservas Amanã e Mamirauá, na região do médio Solimões, no Amazonas.

 

Texto: Augusto Rodrigues

Últimas Notícias

Comentários

Receba as novidade em seu e-mail: