Reforço na proteção ambiental: Reservas Amanã e Mamirauá têm novos Agentes Ambientais Voluntários
Publicado em: 14 de julho de 2017
Os moradores das Reservas Amanã e Mamirauá contam com um time de peso para a proteção ambiental destas áreas. Nesta semana, nos dias 11 e 12 de julho, foram credenciados mais 23 Agentes Ambientais Voluntários, de diferentes comunidades das duas unidades de conservação. A partir de agora, os agentes atuam como educadores ambientais, multiplicadores de lideranças, mobilizadores sociais e mediadores de conflitos na região. A atividade foi realizada na comunidade Campo Novo, na Reserva Amanã, em parceria com o Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação (Demuc) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas.
Paulo Roberto e Sousa, técnico de Proteção Ambiental do Instituto Mamirauá, comenta que o credenciamento é o momento em que os agentes afirmam o compromisso de atuação nos próximos dois anos. "A expectativa é que eles sejam um reforço para esse trabalho de proteção e vigilância, especialmente para quem já está envolvido no manejo de recurso natural e outras atividades que o agente ambiental pode e deve se envolver, principalmente em relação às políticas públicas", disse.
O programa Agente Ambiental Voluntário é implementado pelo Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação, do Governo do Amazonas, com parceria do Instituto Mamirauá. A ação conta com recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Abraham Moreira, que é técnico do Demuc, enfatiza que cada novo credenciamento é visto como uma semente de sensibilização para fortalecer as comunidades das unidades de conservação por meio da organização e empoderamento. "Através do conhecimento e da informação, os agentes começam a gerir o seu próprio território de forma amistosa. E o processo vem se fortalecendo e diminuindo a pressão de ilÃcitos onde a organização social já está estabelecida. Os conflitos acontecemonde a populações não são organizadas ou tem pouco esclarecimento", comentou.
Atualização
Os agentes ambientais credenciados em 2015 passaram por uma oficina de atualização realizada em parceria com a organização não governamental Proteção Animal Mundial. O foco principal desta oficina foi a conservação do boto amazônico, tendo em vista a pesca da piracatinga. De acordo com Paulo, a proposta é incentivar a continuidade da atuação daqueles agente que já estão engajados e que já fazem um bom trabalho nas unidades de conservação onde atuam.
Paulo Roberto reforça a importância da atuação dos agentes ambientais como educadores ambientais, levando os conhecimentos adquiridos, como forma de conscientização. "Pensando de forma mais ampla, existem outros problemas que podem acarretar na mortandade de botos, como a pesca, o emalhe nas redes, a própria questão cultural de meto do bicho, por causa do mito que envolve. Então, ter os agentes ambientais com essas informações e este papel é muito importante, isso contribui e colabora quando temos uma estratégia de conservação. E o boto é importante, atua para a sanidade dos estoques pesqueiros, contribui para regular os estoques", comentou.
Como um dos temas da oficina, os agentes também participaram de uma atividade sobre empreendedorismo, adequada à realidade e ao contexto local. "A oficina contribuiu como ferramenta de reflexão pelos agentes, direcionada aos negócios sustentáveis, com um olhar estratégico para a redução de práticas ilegais de uso da biodiversidade. Ficou claro que identificar, planejar e empreender dentro dos princÃpios da sustentabilidade pode contribuir para a Conservação da Amazônia, gerando renda e qualidade de vida para todos", comentou Tabatha Benitz, do Núcleo de Inovações Tecnológicas Sustentáveis, do Instituto Mamirauá.
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