Pesquisadores monitoram a conservação de vestígios arqueológicos em comunidades ribeirinhas

Publicado em: 21 de junho de 2017

Os vestígios deixados pelas antigas populações indígenas que habitaram a Amazônia estão, muitas vezes, visíveis na superfície dos sítios ou quintais de comunidades ribeirinhas. Com o sobe e desce das águas, entre os períodos de cheia e seca na região, muitos desses materiais sofrem alterações em seu estado de conservação. Para ampliar o conhecimento sobre este assunto, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Mamirauá, vem sendo desenvolvida desde 2012 na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, que pertence ao município de Marãa, no Amazonas. Neste ano, os pesquisadores estiveram em campo para coleta de dados e para mais uma etapa do monitoramento.

A arqueóloga Sílvia Cunha, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, comenta que a pesquisa busca desenvolver uma metodologia eficaz para o monitoramento de sítios arqueológicos dentro das particularidades ambientais e climáticas da Amazônia, além de coletar dados sobre o estado de conservação dos vestígios arqueológicos encontrados, que são materiais cerâmicos na maioria das vezes. "Ainda este ano, pretendemos incentivar a formação de comunitários interessados neste trabalho, para que eles próprios possam realizar esse monitoramento.  Mas nosso objetivo final, conjuntamente com as outras pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Arqueologia do Instituto Mamirauá, é pensarmos na gestão do patrimônio arqueológico da região", completou a pesquisadora.

O monitoramento dos sítios arqueológicos é realizado pela equipe de arqueólogos nas comunidades Boa Esperança, Bom Jesus do Baré e Calafate, todas pertencentes à Reserva Amanã, unidade de conservação localizada no Amazonas. As informações ajudam os pesquisadores a desvendar parte da história de ocupação humana da região do lago Amanã.

Os pesquisadores acompanham as comunidades desde 2014, coletando informações dos vestígios arqueológicos cerâmicos que podem ser vistos em superfície. Silvia destaca que já foi observada uma interação das comunidades com o patrimônio arqueológico. "No que diz respeito à conservação, percebemos que as estratégias adotadas pelos comunitários para evitar a erosão, causada pelo ciclo das águas, têm colaborado positivamente também para a conservação das cerâmicas arqueológicas", contou.

A pesquisa é parte do projeto de pós-doutorado da arqueóloga na USP, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), em parceria com o Instituto Mamirauá.

Texto: Amanda Lelis

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