Pesquisadores investigam a presença de sítios arqueológicos em unidades de conservação do Amazonas

Publicado em: 14 de março de 2017

Uma parceria entre o Instituto Mamirauá e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está viabilizando a investigação da presença de sítios arqueológicos em unidades de conservação do Amazonas. A proposta é visitar áreas onde não há conhecimento sobre a história de ocupação das antigas sociedades indígenas.

O pesquisador do Instituto Mamirauá – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações -, Eduardo Kazuo Tamanaha, comenta que a iniciativa tem dois objetivos: conhecer a história arqueológica da região e apoiar o plano de gestão das áreas protegidas. "Tem um viés arqueológico, de conhecer a história do lugar, a cronologia, etc.. Mas também tem uma outra função, que é dar subsídio para o plano de gestão daquela unidade de conservação. Se forem encontrados sítios arqueológicos, sabendo disso, o que a gente faz? Poderia incentivar, dentro do plano de gestão dessas UCs, algum programa de arqueologia", explicou.

A equipe já visitou a Estação Ecológica (Esec) de Jutaí-Solimões e pretende realizar viagens para outras unidades de conservação, como a Esec Juami-Japurá, e as Reservas Extrativistas Baixo Juruá, e do Rio Jutaí. Esta ação é financiada pela Fundação Moore.

Durante as visitas às unidades de conservação, os pesquisadores estão levantando informações sobre a história de ocupação da região, realizando entrevistas com moradores locais, tanto dentro quanto no entorno das UC’s. E também buscando evidências arqueológicas, como a terra-preta de índio - solo muito rico em material orgânico, normalmente associado à presença de antigas ocupações indígenas – e de fragmentos cerâmicos com potencial arqueológico.

"Do município de Tefé até Tabatinga, por exemplo, há um imenso ‘vazio arqueológico’. Inicialmente, pretendemos ter uma mínima contextualização arqueológica da região. A partir dos dados, conseguimos escrever um projeto, captar recursos para isso ou disponibilizar para que alunos de mestrado ou doutorado trabalhem nessas regiões", conta o pesquisador.

Trabalho conjunto

A parceria entre o Instituto Mamirauá e o ICMBio não é recente. Desde 2014, as instituições trabalham juntas visando a atualização dos planos de gestão de áreas protegidas. O Instituto Mamirauá realizou, entre os anos de 2014 e 2015, expedições para inventariar as áreas de algumas unidades de conservação federais do Amazonas. Foram feitos levantamentos para pesquisas de sociodemografia com as populações que habitam a região, além de levantamento da biodiversidade de peixes, aves, primatas, quirópteros, répteis e anfíbios. As pesquisas ainda estão em andamento e a proposta é que a prospecção de sítios arqueológicos complemente o diagnóstico sobre essas áreas.

 

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