Pesquisador realiza na Reserva Mamirauá monitoramento de aves aquáticas; trabalho é considerado o mais abrangente do mundo
Publicado em: 23 de fevereiro de 2023
O censo que acontece duas vezes ao ano, teve início dia 4 de fevereiro e finalizou a primeira etapa no dia 19 do mesmo mês, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
O Censo Neotropical de Aves Aquáticas (CNAA) está sendo realizado pela
primeira vez esse ano em fevereiro com o objetivo de chamar atenção para a
importância das aves e dos ambientes aquáticos. A segunda etapa está marcada
para acontecer de 1 a 16 de julho e ajudará os pesquisadores a obterem dados e
estimativas populacionais das aves aquáticas, ampliando o conhecimento sobre
espécies pouco compreendidas.
O CNAA é integrado ao International Waterbird Census, no Brasil, coordenado
pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE),
o programa de monitoramento mais longo e abrangente do mundo. Atualmente, todos
os países da América do Sul estão participando, em especial o Brasil, via a
participação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) na
região do Médio Solimões, na Amazônia. Durante o censo, os pesquisadores e
observadores de aves avaliam as condições ambientais e as áreas habitadas
pelas aves, identificando e monitorando essas áreas úmidas que são
consideradas de importância internacional.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) é um dos sítios
brasileiros da Convenção de Ramsar, da ONU, que confere importância a áreas
alagadas do mundo inteiro e é considerada um dos locais prioritários para a
realização deste censo no país. O biólogo e pesquisador de bioacústica, Thiago
Bicudo, explica que as contagens raramente cobrem todos os indivíduos de uma
população, mas quantificam uma amostra da população. Utilizando métodos
padronizados de contagem, a proporção da população de cada espécie varia pouco
de ano para ano. “Assim, embora a contagem de aves aquáticas geralmente não
possa ser usada para determinar tamanhos populacionais absolutos, é possível
descobrir como os números de cada espécie estão mudando ao calcular as
tendências populacionais,” explica.

Ainda segundo o pesquisador, o monitoramento a longo prazo irá fornecer dados
importantes sobre as espécies de aves aquáticas presentes na RDS Mamirauá,
podendo trazer registros sobre espécies migratórias e suas estimativas
populacionais ao longo dos anos. “Os resultados podem vir a subsidiar projetos
de pesquisa que visam a conservação destes ambientes e os organismos a ele
associados,” aponta.
Neste censo foram detectadas 18 espécies de aves aquáticas, entre elas: Ardea
alba, Egreta thula, Butorides striata, Mesembrinibis cayennensis, Phaetusa
simplex, Jacana jacana, Cairina moschata, Dendrocygna autumnalis, Tigrisoma
lineatum, Chloroceryle amazona, Megaceryle torquata, Anhinga anhinga, Aramus
guaraúna, Anhima cornuta, Phalacrocorax brasilianus, Porphyrio Martinica,
Pilherodius pileatus, Ardea cocoi. Entre essas, Arde alba e Phalacrocorax
brasilianus foram as mais abundantes para a região, com mais de 1000
indivíduos registrados. O censo com todas as informações fica disponível no
banco de dados do site do CEMAVE.
Texto: Stéffane Azevedo

Últimas Notícias
Comentários
Institucional
- O Instituto Mamirauá
- Equipe
- Parceiros
- Áreas de atuação
- Conheça Tefé
- Núcleo de Inovação
- Vagas
- Documentos e Downloads
- Seleção de Fornecedores
Pesquisa
- Grupos de Pesquisa
- Iniciação Científica
- Ética em Pesquisa
- Ética no Uso de Animais
- Propostas de Pesquisas
- Biblioteca Henry Walter Bates
- Acervos e Coleções
- SNCT
- SIMCON
Manejo e Desenvolvimento
- Gestão Comunitária
- Manejo de Agroecossistemas
- Manejo de Pesca
- Manejo da Fauna
- Manejo Florestal Comunitário
- Qualidade de Vida
- Turismo de Base Comunitária
- Centro Vocacional Tecnológico