Pesquisa faz avaliação financeira do manejo florestal madeireiro em comunidades da Reserva Mamirauá

Publicado em: 10 de julho de 2014

Em décadas recentes, no Brasil, o Manejo Florestal Madeireiro foi tomado como polí­tica mais adequada para a exploração madeireira. O potencial produtivo florestal da Amazônia brasileira é ameaçado continuamente pelo desmatamento causado pela exploração comercial, incêndios florestais e a expansão agropecuária. Dentro das Unidades de Conservação há o incentivo cada vez maior ao manejo florestal comunitário, por isso verificar a sua viabilidade financeira é essencial para os incentivadores da atividade terem garantia de que ela tem resultados positivos e uma análise de custos detalhada pode ser uma ferramenta importante aos manejadores na hora de planejarem suas atividades.  
 
Nesse contexto, Leonardo Apel, pesquisador do Grupo de Pesquisa Organização Social e Manejo Participativo do Instituto Mamirauá, realizou uma pesquisa para analisar a viabilidade financeira do manejo florestal comunitário em área de várzea de três comunidades localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, durante o manejo realizado entre 2008 e 2013. As comunidades são São João e Bate Papo, produtoras de madeira em tora, e Boa Esperança do Japurá, produtora de madeira serrada com equipamento motosserra. 
 
Os métodos de avaliação demonstraram que as três atividades são viáveis financeiramente no cenário atual e podem se manter nessa situação durante todo o ciclo de 24 anos de manejo, apesar de serem dependentes da assistência técnica do Instituto Mamirauá. Os cenários em que o subsídio é retirado demonstram redução nos índices analisados e, no caso da comunidade Bate Papo, tornam a atividade inviável. Para os cenários em que a mão de obra é paga com diárias, o índice de Boa Esperança também se torna negativo sem o subsídio, sendo assim viáveis através de subsídio.
 
Para esses casos, em um primeiro momento, os pontos de equilíbrio podem servir de orientação na busca por maior produção e/ou maior preço, levando em consideração outros aspectos inerentes ao mercado (como escala e demanda). Além disso, há a possibilidade de a atividade se tornar menos atrativa às comunidades em cenários sem subsídio. "Isso demonstra a importância da assistência técnica fornecida pelo Instituto Mamirauá. E polí­ticas de incentivo ao manejo madeireiro na reserva devem levar em consideração que as atividades estão nesse momento apoiadas em subsídios", reflete o pesquisador.
 

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