Pesca sustentável do pirarucu na Amazônia é foco de palestras na UFAL, em Maceió

Publicado em: 23 de julho de 2018

Segurança alimentar, geração de renda e conservação da natureza são alguns dos benefí­cios do manejo sustentável do pirarucu. Instituto Mamirauá realiza palestra sobre o assunto durante a 70° Reunião Anual da SBPC em Maceió

Terra de proporções imensas, a Amazônia é a casa do pirarucu, espécie de peixe altamente valorizada nos mercados da pesca e gastronomia. Para conservar a espécie, o Instituto Mamirauá assessora o manejo sustentável de pirarucu, atividade que completa 20 anos em 2018. Esse é o tema da palestra "O gigante amazônico: manejo sustentável de pirarucu", que acontece hoje (23/07) no campus da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), às 16h30, em Maceió. A entrada é gratuita e aberta a todos os públicos.

A palestra faz parte da programação da 70° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Pela primeira vez, a capital alagoana recebe o evento, uma oportunidade para o público ter um contato mais próximo com temas de ciência, tecnologia e inovação. É o caso do manejo sustentável de pirarucu, que une conhecimentos técnicos e tradicionais para a conservação do pescado e a melhoria da qualidade de vida de populações locais da Amazônia.

"Vamos trazer informações sobre a espécie, como é feito o manejo de pirarucu e interação do peixe com as pessoas e a realidade social que o manejo transformou em muitas regiões da Amazônia", informa a palestrante Ana Cláudia Torres Gonçalves, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá.

Manejo é diferencial na economia e conservação da natureza

O pirarucu é um símbolo atual do Médio Solimões e um forte produto de comercialização no estado. Ainda hoje alvo da pesca clandestina, o pirarucu viveu um período de intensa captura na segunda metade do século XX, o que causou um declínio nos estoques do peixe em rios e lagos da região de Mamirauá e Amanã, indicando um risco de extinção local.

"O manejo também trouxe uma mudança no comportamento dos pescadores, de respeitar mais a natureza, o meio ambiente, e a trabalhar melhor com o pirarucu" diz Eliézer Araújo, manejador de pirarucu no estado do Amazonas.

Em 2017, o manejo de pirarucu na região foi feito por 1.590 pescadoras e pescadores. Um universo que abrange 43 comunidades ribeirinhas nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, além dos grupos de pescadores de colônias e sindicatos de pescadores amazonenses vizinhos das reservas: Tefé, Alvarães e Maraã. O faturamento bruto que pescadores e pescadoras da região do Médio Solimões alcançaram foi de R$ 2.765.618,90.

Palestra e lançamento de livro

A palestra acontece no campus da UFAM em Maceió dentro do espaço "Diálogos com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) ", preparado pela 70° Reunião da SBPC. Na sequência da apresentação, acontecerá o lançamento do livro "O gigante amazônico: manejo sustentável de pirarucu". Produzida pelo Instituto Mamirauá, a publicação reúne imagens e histórias de pessoas envolvidas no manejo de pirarucu em florestas de várzea da Amazônia. O livro também está disponível em versão digital no endereço www.mamiraua.org.br/livro-gigante

Texto: João Cunha

 

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