Peixes-boi reabilitados têm boa adaptação à vida livre
Publicado em: 12 de maio de 2015
Os seis peixes-boi devolvidos à natureza em janeiro desse ano pelo Instituto Mamirauá estão bem, explorando a região do entorno do lago Arati, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, município de Maraã (AM). Desde a soltura, os animais, que estavam aos cuidados da equipe do Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária continuam sendo monitorados.
Para a soltura, um cinto com radiotransmissor de VHF foi adaptado à cauda de cada animal, emitindo um sinal que pode ser acompanhado pelos pesquisadores. O rastreamento é feito diariamente, a bordo de uma lancha pela área em que estão os animais. A radiotelemetria possibilita o acompanhamento da utilização de hábitat pelo animal, velocidade de deslocamento, rotas migratórias e outros aspectos do comportamento das espécies em vida livre.
"Com a telemetria, constatamos que eles estão se movimentando desde o início, explorando o lago. É uma área com muita disponibilidade de alimentação, tudo leva a crer que eles estão bem", afirmou a pesquisadora Miriam Marmontel.
Piti foi o primeiro peixe-boi a sair do lago Arati e explorar outras áreas. Pelo monitoramento, os pesquisadores acompanham a rota do animal a caminho da várzea do Amanã. Em 2012, ele já havia sido devolvido à vida livre, no entanto, se acomodou em uma área por muito tempo sem alimentação, o que levou os pesquisadores a resgatá-lo novamente, voltando aos cuidados no Centrinho. O comportamento atual de Piti demonstra que o animal se adaptou bem à vida em ambiente natural e que pode até ter encontrado outros animais para seguir a rota pelo lago.
"Pretendemos seguir esses animais no maior tempo possÃvel para ver sua reintegração ao ambiente natural e à população nativa. Com esse trabalho vamos gerar uma série de informações sobre a espécie, que é pouco conhecida e que é considerada vulnerável à extinção", disse Miriam.
Os animais chegaram filhotes ao Centrinho ao se perderem das mães e tiveram sua saúde e alimentação acompanhadas pela equipe de veterinários, biólogos, educadores ambientais e técnicos, além dos comunitários que também participam e contribuem com o processo de reabilitação. Quando foram soltos em ambiente natural, os animais mediam cerca de 1m70 e pesavam entre 84 e 108 kg. Todos já haviam saÃdo do perÃodo de aleitamento artificial, com mamadeiras adaptadas, e já se alimentavam com plantas nativas, abundantes na região.
Esse foi o terceiro evento de soltura de peixes-boi amazônicos reabilitados, realizado pelo Instituto Mamirauá. O primeiro aconteceu em 2000, com a soltura de um peixe-boi. Em 2012, cinco peixes-boi reabilitados foram devolvidos à natureza, sendo que quatro deles receberam cintos com radiotransmissores e foram acompanhados durante cinco meses, até a perda de sinal do último peixe-boi monitorado.
"Estamos aprimorando nosso processo de devolução. Dessa vez os animais foram soltos em um ambiente natural controlado maior e continuaram nessa área por vários meses, podendo escolher quando sair. Estamos dando tempo aos animais para essa adaptação ao ambiente", afirma Miriam.
Com a soltura desses seis peixes-boi ao ambiente natural, dois filhotes fêmeas ainda permanecem no Centrinho, aos cuidados da equipe até atingirem maturidade para se desenvolverem sozinhas na natureza. O Centrinho é um criatório conservacionista autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), em atividade desde 2008.
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