Onças-pintadas serão monitoradas para conhecer aspectos ecológicos da espécie

Publicado em:  7 de março de 2013

O Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, conclui a campanha de captura de onças na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, estado do Amazonas. A campanha teve início em novembro de 2012 e se estendeu até fevereiro. Cinco onças-pintadas foram capturadas, dois machos e três fêmeas. Os animais serão monitorados por meio de colares de telemetria, que informam via satélite, a cada dois dias, a posição do animal.

Segundo o biólogo Emiliano Esterci Ramalho, responsável pelo Projeto Iauaretê, que estuda a ecologia da onça-pintada nas florestas inundáveis de várzea da Amazônia, o principal objetivo do estudo é entender como as onças-pintadas se comportam e usam o habitat da região quando o nível da água sobe e alaga esse tipo de floresta. "Acreditamos que parte da população de onças fica nas florestas inundáveis e vive, durante um período do ano, no alto das árvores e nadando por períodos que podem ultrapassar um mês, todos os anos", afirmou o pesquisador. 
 
Para capturar as onças-pintadas, trinta armadilhas de laço foram utilizadas, espalhadas em sete trilhas identificadas como locais de passagem de onças. Durante a campanha, a equipe percorria, diariamente, as trilhas para verificar as armadilhas e se algum animal havia sido capturado. Ao mesmo tempo, a equipe avaliava os vestígios da presença de onças-pintadas na área, para aproximar as armadilhas dos locais onde as onças estavam andando durante a campanha.
 
"Os primeiros dias, antes da primeira captura, foram os mais tensos, porque algumas onças desarmaram as armadilhas sem serem capturadas, outras pularam os laços evitando a armadilha. No entanto, a primeira captura ocorreu no décimo dia de campanha, à noite", relatou o pesquisador, acrescentando que dois membros da equipe avistaram a onça no laço, em uma das trilhas mais distantes. 
 
Imediatamente, eles retornaram ao alojamento de pesquisa e avisaram ao restante da equipe, que se dirigiu ao local. Chegando próximo à armadilha, os pesquisadores avaliaram as condições do animal. Foi estimado seu peso para determinar a quantidade de anestésico que deveria ser administrado para conter o animal e permitir a instalação do colar. A captura desta primeira onça-pintada foi acompanhada por um pesquisador do Instituto Piagaçu-Purus, com o objetivo replicar a técnica utilizada na Reserva Mamirauá. 
 
O estudo desenvolvido pelo Projeto Iauaretê, também busca descrever o estado de saúde das onças-pintadas da Reserva Mamirauá por meio da coleta e análise do sangue dos animais capturados.
 
Texto: Eunice Venturi

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