Oficina prepara futuros Agentes Ambientais Voluntários

Publicado em: 11 de agosto de 2014

Durante 4 dias a comunidade de São Sebastião do Repartimento, na Reserva Amanã, recebeu comunitários, técnicos, gestores e educadores ambientais. Todos estiveram envolvidos na oficina de Formação de Agentes Ambientais Voluntários, que aconteceu de 5 a 8 de agosto.  O Instituto Mamirauá viabilizou este evento, além de realizar a mobilização nas comunidades, convidando e articulando os participantes.

O Agente Ambiental Voluntário é um comunitário morador de reserva, que trabalha na vigilância de uma área e em atividades de educação ambiental, visando à conservação dos recursos naturais. Para a formação destes agentes, diferentes temas foram tratados durantes as oficinas. Dinâmicas discutiram o papel do agente ambiental, o seu perfil e as incumbências da função. Os participantes também argumentavam sobre o que era ou não crime ambiental, sobre o que é cabível de ser feito em diferentes situações, sempre a partir do trabalho e da reflexão em grupo.

As oficinas são conduzidas por uma equipe do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC), composta por Karen de Santis, Nara Perdigão, Yone Nascimento e Abraham Moreira.  Além disso, a consultora Francielli Campagnoli registra as atividades, para a criação de materiais de apoio.   "As oficinas são feitas de modo construtivo, imaginando as problemáticas do cotidiano de cada comunidade. Trazemos os princípios básicos que devem ser apresentados, mas conforme vemos a interação das pessoas, vamos puxando outros temas que sejam interessantes para os participantes. Nosso trabalho não é impositivo, é participativo", explica Abraham.

Além de formar novos agentes, a oficina também é oferecida para quem já atua como Agente Ambiental Voluntário. Izoel Janse, da comunidade Matuzalém, na Reserva Amanã, foi formado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atua há 15 anos. "Tenho visto o resultado do nosso trabalho, porque se não fosse o trabalho do agente ambiental a gente não estaria no ponto que estamos, com essa fartura que temos, porque existem muitos infratores e muitas dificuldades, mas mesmo assim a gente vai vencendo essas batalhas. Estamos aqui no Repartimento, na formação de outros colegas pelo CEUC, e o que a gente espera é mais reforço do nosso trabalho, para que a gente possa trabalhar em conjunto, não mais na área de fiscalização, mas na área de educação. E educação é uma coisa muito importante, porque sem ela a gente não pode ter uma vida de qualidade. Aqui a gente está aprendendo, passo a passo, com os colegas, refletindo novamente sobre o que a lei diz, o que a lei não diz, dialogamos e interagimos", aponta seu Izoel.

Durante a oficina os 38 comunitários participantes construíram um plano de ação, que servirá de base para as ações que desenvolverão nos próximos 3 meses. Após este prazo, Paulo Roberto e Souza, coordenador em exercício do Programa de Gestão de Comunitária do Instituto Mamirauá, conta que "os agentes passarão por uma avaliação, deles próprios, das comunidades e nós, junto com os gestores das unidades de conservação, também os avaliaremos. Se bem avaliados, será encaminhado um relatório ao CEUC, pedindo que sejam credenciados, recebendo uma carteira que tem validade por dois anos, para oficialmente serem Agentes Ambientais Voluntários".  Concluindo, Paulo Roberto avalia que "este é um trabalho fundamental para o sucesso de iniciativas de manejo. Estes Agentes Ambientais Voluntários não têm poder de fiscalização, mas é importante a atuação deles nas suas comunidades, estabelecendo e mantendo sistemas de vigilância de base comunitária que visam à prevenção".

Estas ações fazem parte do projeto "Participação e Sustentabilidade: o Uso Adequado da Biodiversidade e a Redução das Emissões de Carbono nas Florestas da Amazônia Central" –BioREC – desenvolvido pelo Instituto Mamirauá com financiamento do Fundo Amazônia.

Por Vanessa Eyng

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