O mapa do seu mundo: Agentes Ambientais Voluntários participam de oficina de monitoramento ambiental

Publicado em:  2 de junho de 2017

Os Agentes Ambientais Voluntários percorrem os rios, os lagos, os igarapés, as trilhas na floresta ou as comunidades rurais. Na rota da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no Amazonas, eles já conhecem os caminhos, os atalhos e as regiões onde se concentram os conflitos do uso da área. Todo esse conhecimento tradicional dos moradores da região é uma ferramenta importante para a realização do trabalho de agente ambiental. Para ampliar estes conhecimentos, cerca de treze agentes desta unidade de conservação participaram de um curso de técnicas de mapeamento e monitoramento ambiental, com pesquisadores do Instituto Mamirauá.

A atividade foi realizada entre os dias 25 e 26 de maio na comunidade Calafate. O curso foi oferecido pelo Instituto Mamirauá - que atua como uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - como um reforço para alguns dos agentes já credenciados pelo programa.  "Ensiná-los a ler os mapas e a entender o que é essa informação e como elaborar isso é muito importante no papel deles como orientadores do uso correto dos recursos. Isso facilita, é um instrumento a mais para eles conversarem com a comunidade, entenderem o que está ali no espaço", contou Jéssica dos Santos, que é pesquisadora no Instituto e ministrou o curso.

A pesquisadora destaca que os agentes ambientais possuem um importante papel de coleta de dados da unidade de conservação, que servem como subsídio para o desenvolvimento de pesquisas científicas ou para o planejamento de ações. "Na proteção ambiental, esses dados auxiliam os parceiros do instituto a visualizarem onde estão acontecendo os conflitos, para cada tipo de uso ilícito, e direcionarem mais as ações", disse.

Durante o curso, os agentes participaram de aulas teóricas e práticas. Entre as atividades, os agentes trabalharam com a produção de croquis e mapas mentais, imagens de satélite, e aparelho de navegação GNSS, popularmente conhecido como GPS. "Discutir, na realidade deles, o que causa conflito nas comunidades, o que seriam usos indevidos da floresta e, a partir disso, como mapear essa informação pra gerar dados para o monitoramento e ajudar a controlar isso. Orientamos como elaborar mapas e croquis, de forma que a informação possa ser aproveitada como um dado para monitoramento, mesmo quando não possuem ferramentas para registro mais preciso, como o GPS ", contou.

Luí­s Sérgio dos Reis é agente ambiental na comunidade Boa Esperança, e traz uma frase forte para os outros colegas de trabalho: "eu falo que meu professor é o mundo e a professora é a necessidade, que faz a gente correr atrás do objetivo que tem". Seu Luí­s falou sobre o que mais gostou nas oficinas. "O mais interessante é comprovar o trabalho da gente, quando eu mando uma informação, que tiro uma coordenada geográfica, isso é um registro que o instituto coloca num banco de dados, cada informação em um mapa", contou.

O programa Agente Ambiental Voluntário é implementado pelo Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação, do Governo do Amazonas, com parceria do Instituto Mamirauá. A ação conta com recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Texto: Amanda Lelis

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