Mesa-redonda sobre desenvolvimento sustentável encerra segundo dia do Simpósio sobre Conservação do Instituto Mamirauá

Publicado em:  4 de julho de 2013

Um "convite" ao diálogo sobre iniciativas de conservação no Médio Solimões. Foi assim que o Dr. Mauro Barbosa, da Universidade Estadual de Campinas, iniciou sua participação na mesa-redonda "Desenvolvimento Sustentável na Amazônia", na tarde de hoje, dia 4, durante o 10º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia, realizado em Tefé (AM) e promovido pelo Instituto Mamirauá. Durante parte de sua explanação, Mauro apresentou um modelo de desenvolvimento sustentável aplicado em reservas extrativistas: "O sucesso da reserva extrativista, como alternativa de conservação, depende da capacidade dos moradores gerirem seus territórios", afirmou. 
 
A mesa-redonda foi encerrada com a apresentação de Carlos Durigan, do WCS, que apresentou um cenário e as ameaças à consolidação de áreas protegidas na Amazônia. "Uma iniciativa que surgiu no âmbito das áreas protegidas foi a educação ambiental e a ampliação de capacidades. Além da geração de renda, decorrente dos recursos naturais que as populações dessas áreas conhecem muito bem, ou seja, boas experiência estão acontecendo dentro de unidades de conservação", disse Carlos. A mesa contou ainda com a apresentação de Deborah Lima, da Universidade Federal de Minas Gerais e Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
 
Pesquisas
Na parte da manhã, seis pesquisas foram apresentadas sobre conhecimento tradicional, zoneamento, questões indígenas e manejo de recursos naturais. A pesquisadora Marí­lia Sousa discutiu sobre o manejo de cauaçu na Reserva Amanã. O recurso natural é utilizado para produção de artesanato e vem sofrendo uma escassez nos últimos anos: "Esta situação implica na formulação de novas experimentações. Num primeiro momento, as medidas tomadas pelas artesãs consistem na realização de plantios em áreas mais altas, inclusive em ambiente de terra firme, bem como cultivo nos quintais das casas". 

O manejo também foi abordado pela antropóloga Isabel Souza, uma das autoras da pesquisa que investigou os critérios utilizados pelos pescadores para definir as diferentes categorias de uso de ambientes de pesca - lagos, ressacas, canos e paranás -, numa área da Reserva Mamirauá. "O conhecimento detalhado que os pescadores possuem sobre o ambiente e as espécies animais e vegetais demonstra a relação estreita dos mesmos com a natureza, e tem se constituído numa ferramenta para a construção de estratégias de uso de recursos pesqueiros que garante a conservação desses recursos", avaliou a pesquisadora.

Pesquisas sobre questões indígenas foram apresentadas por Rafael Barbi e José Cândido Lopes Ferreira, ambos pesquisadores do Grupo de Pesquisa Organização social e manejo participativo dos recursos renováveis e não-renováveis na Amazônia. 

O 10º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia, realizado em Tefé (AM), encerra amanhã, dia 5, com apresentações de pesquisas sobre caça, agricultura, perfil sociodemográfico e economia doméstica. Na parte da tarde, pesquisas sobre a espécie jacaré-açu serão apresentadas antes do encerramento do evento, que vai premiar os melhores trabalhos e anunciar os vencedores do Concurso de Fotografias. No início da noite, será lançado o livro "Adolescentes e Jovens de Populações Ribeirinhas na Amazônia - Brasil".

Últimas Notícias

Comentários

Receba as novidade em seu e-mail: