Instituto Mamirauá e Asprorios promovem práticas agroecológicas, através de sistemas de manejo de açaizais nativos, consorciados com andiroba e pracaxi.

Publicado em: 29 de julho de 2024

O projeto envolve técnicas sustentáveis, uso de tecnologias sociais e valorização do conhecimento tradicional.  

Com o objetivo de fortalecer as cadeias produtivas extrativistas de produtos da sociobiodiversidade nas comunidades do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Ilha de Pracuubinhas e seu entorno, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e a Associação dos Produtores Agroextrativistas e Pescadores do Rio Barbosa e Comunidades do Entorno do Distrito de Itatupã - Gurupá - PA (Asprorios) realizam projeto com o foco no fortalecimento da cadeia produtiva do açaí, priorizando os elos do manejo agroecológico e comercialização. A ação tem o apoio do Projeto Floresta+ Amazônia, iniciativa do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF). 

Além de promover o manejo de açaizais nativos e de quintais florestais nas comunidades, a Asprorios juntamente com o Instituto Mamirauá e parceiros também visam, por meio da criação de uma central de comercialização, o fortalecimento comunitário e do empreendedorismo para o  desenvolvimento da cadeia produtiva do açaí e das oleaginosas (andiroba e pracaxi) na região de atuação localizada em Gurupá-PA, e também buscam forcar a ampliação da rede de pessoas que manejam os produtos, por meio de seminários para a propagação de conhecimentos tradicional e formal sobre a extração de óleos. Dentre as comunidades da PAE Ilha de Pracuubinhas abrangidas com o projeto estão São Pedro do Rio Crispim e Nossa Senhora do Perpetuo Socorro de Furo Seco, e, no entorno, São Cristóvão do rio São Cristóvão; São Benedito do Rio Barbosa; São Matheus do Rio Barbosa; comunidade do Furinho e comunidade do Rio Tauari.

A Coordenadora do projeto em parceria com as Asprorios, Emanuelle Pinto, coordenadora do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá, conta que as atividades iniciaram em abril de 2024 e envolvem seminários, oficinas, capacitações, ações de implementação e monitoramento. As ações estão previstas com todas as comunidades envolvidas no projeto. 

“O projeto prevê a realização de capacitação e instalação de duas áreas de Manejo de Mínimo Impacto de Açaizais Nativos e três áreas de manejo de quintal agroflorestal. Já a Central de Comercialização visa o fortalecimento da gestão do negócio comunitário, envolvendo capacitações e trabalhando instrumentos de gestão (planejamento estratégico, plano de ação, mapeamento da cadeia, rodada de negócios), é importante pois irá fortalecer ainda mais a atuação da ASPRORIOS com o foco no aumento da oferta de alimentos, renda e qualidade de vida para os moradores das comunidades, aliados a conservação da biodiversidade e valorização do conhecimento tradicional. Todas as propostas e avaliações técnicas estão sendo discutidas, acordadas e executadas coletivamente com as comunidades, garantindo as salvaguardas do projeto”, explica.

Para o fortalecimento da cadeia dos óleos florestais, estão previstas  a realização de quatro oficinas: Resgate cultural da extração tradicional de óleo vegetais; Oficina para construção de uma prensa artesanal para extração de óleo, tecnologia social desenvolvida na região; Construção de uma estufa de secagem de sementes; e Capacitação de boas práticas para produção de fitoterápicos à base de óleos vegetais.

No primeiro trimestre de execução, foi realizado o Seminário de início do projeto, uma oficina de comunicação em rede com jovens, oficina de construção de estufa para secagem de sementes florestais e a estruturação da central de comercialização com instalações de tecnologias sociais: captação de água da chuva, fossa biodigestora, instalações de energia solar.

O projeto em parceria com a Asprorios e com o apoio do Projeto Floresta+ Amazônia será desenvolvido em 21 meses, estima-se que sejam beneficiadas diretamente 70 pessoas, com conhecimentos e estrutura de gestão para a produção agroecológica e o fortalecimento de cadeias da sociobiodiversidade amazônica. 


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