Mamirauá capacita novos comunicadores populares

Publicado em: 16 de outubro de 2011

 03/10/2011 - Um grupo de 41 pessoas e praticamente o mesmo interesse em comum: estimular um som. E que esse som reproduza a voz das comunidades ribeirinhas, já elas têm pouca - ou quase nenhuma - ferramenta de comunicação que faça ecoar seus interesses coletivos. Esses jovens e adultos estiveram na sede do Instituto Mamirauá, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, para participar do 3º Encontro de Comunicadores Populares promovido pelo Programa de Gestão Comunitária, do Instituto Mamirauá.
 Durante três dias, houve análise do cenário atual da comunicação popular nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, do informativo "O Comunicador" e do programa de rádio "Ligado no Mamirauá". Segundo Marco Lopes, técnico em comunicação popular, o maior problema para o avanço da comunicação comunitária nas reservas é a falta de energia. "Uma das propostas de solução é a energia solar. Algumas "Rádios Poste" já desenvolvem atividades com o apoio do Instituto Mamirauá", disse Lopes.
 O encontro contou com a participação de Antônio Francisco, comunicador da localidade Boa Esperança, da Reserva Amanã, que relatou suas esperanças com a disseminação de notícias. "A comunicação é uma forte arma para as comunidades", alertou. Ainda no primeiro dia, noções de jornalismo foram apresentadas pelo jornalista Augusto Rodrigues, que integra a equipe do Projeto Aquavert, do Instituto Mamirauá, e uma oficina de fotografia foi produzida pelo publicitário Filipe Almeida, de Belém (PA).
 A programação teórica encerrou na sexta com as palestras "Gestão Participativa em Unidades de Conservação", ministrada por Tatiana Souza, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e "Princípios da Comunicação Comunitária", com Thiago Figueiredo, do Programa de Gestão Comunitária. Na sexta e sábado, os participantes colocaram em prática os conteúdos transmitidos. Eles foram a campo entrevistar integrantes de instituições tefeenses e produziram materiais para o programa de rádio.
 Ao final do encontro, Elionei Pereira Vale, da comunidade Vila Nova, disse que seu maior desejo em tornar-se um comunicador popular é poder transmitir as dificuldades da comunidade. "O curso nos ensinou muitas ferramentas para apoiar a divulgação das notícias da comunidade. Além disso, foi importante para o meu desenvolvimento pessoal, pois a gente chega tímido e depois vai interagindo com o pessoal", explicou acrescentando que a desibinição é fundamental para o trabalho de um bom comunicador popular. Por Eunice Venturi

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