Instituto Mamirauá realiza Curso de Multiplicadores em Manejo Florestal Comunitário

Publicado em:  6 de dezembro de 2022

Evento ocorreu em Tefé durante dez dias e capacitou 15 pessoas de várias instituições

O Manejo Florestal Madeireiro é realizado há mais de vinte anos por associações comunitárias no Amazonas, com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá - IDSM. Para que a atividade possa garantir o retorno financeiro e social para as populações envolvidas de forma sustentável é preciso formar equipes especializadas no Manejo Florestal Comunitário em Área de Várzea.

Do dia 21 ao dia 30 de novembro, 15 profissionais de diferentes regionais do Amazonas estiveram no Centro Irmão Falco, localizado no centro da cidade de Tefé (AM) para participar da capacitação de multiplicadores desse tipo de manejo.

O curso visou expandir a experiência com o manejo em área de várzea, formando multiplicadores que possam levar a metodologia adotada pelo Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI), para outras regiões da Amazônia.

O principal público-alvo do curso são técnicos de diversas instituições, dentre elas, Governo do Amazonas, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), IDS Fonte Boa, organizações privadas, além de lideranças comunitárias que desenvolvem atividades dentro de unidades de conservação.

Emanuelle Raiol Pinto, engenheira florestal e coordenadora do Programa de Manejo Florestal Comunitário (PMFC) do Instituto Mamirauá, explica que a instituição foi uma das primeiras no estado do Amazonas a implementar o modelo, em 1998. No decorrer dos anos, a equipe acompanhou o processo de mudanças da legislação, além da formação e organização das comunidades para o manejo, acompanhando os desafios e apoiando os produtores na realização da atividade.

"Nós esperamos que os resultados que foram alcançados na Reserva Mamirauá também sejam alcançados em outros lugares da Amazônia. Quando a gente apresenta a experiência de mais de 20 anos de atuação, a diferença é que falamos dos erros cometidos, dos desafios com o manejo florestal comunitário. Testamos e aprimoramos as metodologias ao longo do tempo. Eles podem encontrar exemplos de outros lugares que já passaram por isso e pensar: aqui também podemos realizar. Acho que esse é o maior retorno do curso de multiplicadores", disse.

Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek
Foto: Alan Cardek

O curso apresentou aulas teóricas e práticas. Os participantes estiveram no Centro Irmão Falco para palestras e atividades sobre as primeiras etapas para a realização do manejo florestal comunitário. E também visitaram uma comunidade que está fazendo o levantamento de estoque, etapa em que os manejadores fazem um inventário florestal da área que será manejada.

"É uma das partes mais importantes. Pois, começar a trabalhar com manejo, em uma área de pequenos produtores rurais, parte do princípio de que a gente precisa conhecer essas pessoas, a história delas, como foi a formação dessa sociedade, qual a cultura deles. Não adianta montar um curso com técnicas de manejo desenvolvidas em outra região, sem levar em consideração a tradição daquele público alvo, do perfil e do histórico da comunidade", ressaltou Emanuelle Pinto. 

Os participantes assistiram palestras sobre o histórico de ocupação da Reserva Mamirauá, a transição do período da borracha para o atual, a organização das populações ribeirinhas e o envolvimento com atividades de manejo, importantes fontes de renda das comunidades. Também assistiram aulas sobre a técnica do manejo, legislação ambiental, diagnóstico das comunidades, levantamento de estoque, entre outros assuntos.  "As aulas seguiram uma ordem cronológica de todo o processo até o levantamento de estoque", pontou Emanuelle.

O evento teve a assessoria técnica do Instituto Mamirauá, através do Programa de Manejo Florestal Comunitário – PMFC. A ação é financiada pelo Programa Tecnologias Sociais Sustentáveis para a Amazônia – Agenda 2030 (Projeto: Tecnologias Sociais Sustentáveis na Amazônia Central: Manejo de Recursos Naturais e Desenvolvimento Regional) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Texto: Augusto Gomes

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