Instituto Mamirauá instala sistemas fotovoltaicos em barcos

Publicado em: 20 de setembro de 2014

Gerando energia renovável a partir da radiação solar, os sistemas fotovoltaicos ganham cada vez mais espaço. No interior da Amazônia a geração de energia é um desafio logístico, dependendo normalmente de geradores movidos a óleo diesel, mais dispendiosos e poluentes. A luz solar, abundante na região, torna-se uma alternativa viável e interessante.

O Instituto Mamirauá desenvolve diversos projetos que disseminam este tipo de tecnologia. Agora foi a vez dos barcos regionais que são utilizados nas atividades de campo, principalmente de pesquisa.  Josivaldo Modesto, coordenador do Núcleo de Inovação e Tecnologias Sustentáveis do Instituto Mamirauá, conta que "no momento três dos barcos do Instituto receberam o sistema.  São eles o Gaivota, o Ajuri e o Uacari.  Receberam sistemas fotovoltaicos autônomos, com módulos solares cujas potências variam de 80 a 140 Whatts-Pico, conforme o tamanho do barco.  A energia gerada pelos módulos é acumulada em baterias automotivas de 150 Ampere/Hora e o sistema ainda conta com controladores de carga, um dispositivo que controla a entrada e a saída da energia nas baterias".

Além disso, o sistema terá seus dados monitorados.  José de Almeida Penha, responsável por  esta instalação, explica que "estamos pensando na economia do diesel. Vamos colocar dois medidores para monitorar o gasto com energia solar e com gerador a diesel e ver quanto que vai ser consumido da energia solar, para que pesquisadores do Instituto Mamirauá possam avaliar o desempenho de cada um". Com o monitoramento do sistema em uso será possível pensar nas melhores condições de utilização deste tipo de energia, em escala cada vez maior.

 Nos barcos, "esta energia será usada para iluminação, para os computadores e para os freezers que conservam os alimentos, além de alimentar sistemas auxiliares de navegação e segurança como por exemplo o sonar e o rádio. Os equipamentos que precisam de mais energia para funcionar serão ligados ao motor diesel. A proposta é ter uma ligação híbrida, com a energia solar e o gerador a diesel", diz José.

O sistema também garante mais conforto nos barcos, uma vez que é menos barulhento. "Antes os barcos usavam um gerador a diesel para que tudo funcionasse. O gerador além de queimar combustível fóssil gera um ruído desagradável para os tripulantes e demais usuários dos barcos, principalmente no período noturno. Agora com a instalação desses sistemas esse problema foi resolvido. O Instituto Mamirauá fará instalação similar na sua quarta embarcação, até o final do ano. Com isso, cem por cento das embarcações regionais do Instituto terão o sistema", completa Josivaldo. 

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