Filhote de peixe-boi é resgatado na Reserva Amanã

Publicado em: 20 de fevereiro de 2013

Um filhote macho de peixe-boi foi entregue ao Centro de Reabilitação de Peixe-boi Amazônico de Base Comunitária, o Centrinho, do Instituto Mamirauá, na última quinta-feira, dia 14. O animal foi encontrado flutuando em igarapé da região por um morador local da Comunidade Monte Ararate, Reserva Amanã, município de Maraã. O comunitário resgatou o peixe-boi e entregou-o aos cuidados de pesquisadores do Instituto Mamirauá.

Segundo a oceanógrafa Miriam Marmontel, coordenadora do Projeto Aquavert, que é desenvolvido pelo Instituto Mamirauá com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, o morador agiu corretamente ao procurar observar se a mãe encontrava-se nas proximidades. "Embora considerado vulnerável, e protegido por lei, o peixe-boi continua a ser caçado na região amazônica. Muitas vezes, em situações semelhantes, o animal seria abatido para consumo, ou vendido a algum comerciante. O trabalho de sensibilização do Instituto Mamirauá ao longo dos anos certamente influenciou na decisão do comunitário de transportar o animal vários quilômetros rio acima em sua canoa rabeta." 
 
Separado da mãe, o filhote, com pouco mais de um mês de vida,14 quilos e 53 cm de comprimento, parece ter sido vítima de algum predador, uma vez que apresenta  o corpo coberto de arranhões e várias mordidas na cauda. 
 
Para Mônica de Abreu, estudante de veterinária que desenvolve estágio junto ao Centrinho, a rotina do peixe-boi, nos próximas dias, será comer e descansar: "mamadeira de leite em pó de duas em duas horas e alguns medicamentos para auxiliar no processo de cicatrização dos ferimentos; e também observação permanente para verificarmos as variações com a nova dieta".
 
O Centrinho, cujo funcionamento é autorizado pelo IBAMA, procedeu à liberação, em agosto de 2012, de 5 animais reabilitados. Com a chegada de Vilemar e dois filhotes fêmeas em dezembro, o grupo atual do Centro é de cinco animais. Vilemar permanecerá em quarentena em um tanque à parte dos demais. Após este período e monitoramento de saúde, dentro de alguns meses ele poderá ser transferido para o curral flutuante, e assim ter contato com outros animais de sua espécie. 
 
Pela pouca idade, Vilemar irá demorar alguns anos para retornar às águas de Amanã. É o que confirma Mônica: "o processo de reabilitação deve durar em torno de dois anos, neste período é importante que ele tenha o mínimo de contato com humanos e passe a se alimentar das plantas nativas dos rios e lagos da região", afirmou. 
 
Texto: Thiago Almeida
 

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