Etapa de votação popular do Prêmio Nacional de Biodiversidade termina amanhã

Publicado em: 16 de maio de 2015

Termina amanhã, pela internet, a etapa de votação popular do Prêmio Nacional de Biodiversidade, promovido pela primeira vez no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente. O Instituto Mamirauá concorre com a iniciativa "Conservação do peixe-boi Amazônico", na categoria "Academia". Essa categoria visa reconhecer instituições de pesquisa que se "destacam por buscarem a melhoria ou a manutenção do estado de conservação de espécies da biodiversidade brasileira". 
 
Foram 888 iniciativas inscritas e 213 homologadas conforme as regras da premiação. Dessas, 32 chegaram à semifinal. Na etapa final, são 18 finalistas, 3 em cada uma das seis categorias. Haverá um único vencedor, dentre os 18 finalistas, da votação popular. A votação é pela internet e o acesso pode ser feito pelo endereço  www.mamiraua.org.br/pnb. Os vencedores serão conhecidos na próxima sexta-feira (22), Dia Mundial da Biodiversidade, em cerimônia a ser realizada em Brasí­lia (DF). 
 
"A indicação vem reconhecer o trabalho de mais de 20 anos. Iniciado localmente, ao longo dos anos agregou um grande número de pesquisadores, de variadas especialidades, e provenientes de diversas regiões do país, que atuam, direta ou indiretamente, na conservação do peixe-boi amazônico", disse a pesquisadora Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá.
 
O Instituto Mamirauá atua na conservação do peixe-boi Amazônico desde 1993, antes mesmo de sua fundação, quando as ações eram desenvolvidas por meio da Sociedade Civil Mamirauá. O peixe-boi amazônico é considerado, pelas listas nacional e internacional, como vulnerável à extinção. A proposta de conservação, desenvolvida pelo Instituto Mamirauá, visa gerar dados biológicos e populacionais da espécie, sensibilizar as comunidades ribeirinhas e reabilitar peixes-boi órfãos, devolvendo-os à natureza no menor tempo possível. 
 
Além disso, a instituição oferece estágios, buscando expor estudantes da área de ciências biológicas, veterinárias ou afins, a problemas reais de conservação, contribuindo para a formação de uma nova geração de conservacionistas. Foi o caso da veterinária formada em Aracaju (SE), Fernanda Menezes Rodrigues. Ela realizou estágio entre abril e dezembro de 2014 no Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária. 
 
Para Fernanda, o desejo de estagiar começou ao ouvir falar do Instituto Mamirauá em uma palestra: "Eu assisti uma palestra da Fundação Mamíferos Aquáticos, onde trabalho atualmente. A palestrante mostrou fotos sobre o manejo de animais vivos. Perguntei onde seria possível adquirir essa experiência. A palestrante respondeu: ‘No Instituto Mamirauá. Para quem quer aprender sobre manejo de mamíferos aquáticos no Brasil:  Mamirauá. Esse é o lugar’. Ao chegar em casa, fiz uma pesquisa na internet, achei o site, e tudo me encantava". 
 
O estágio de Fernanda incluía o manejo diário dos animais. Dentre as atividades estavam o manejo nutricional, sanitário e clínico dos animais, análises de laboratório, monitoramento e avaliação do comportamento dos animais em reabilitação. Fernanda também atuou no resgate de um animal que chegou ao centro de reabilitação em agosto do ano passado. 
 
"Ao manejar os animais no centrinho e viver o mundo dos mamíferos aquáticos, acabei direcionando minha carreira para outro caminho. A experiência me fez perceber o quanto meu trabalho deveria ser na área de conservação dos mamíferos aquáticos e seus habitats. Hoje, no meu trabalho, consigo aplicar toda a experiência vivida no Instituto Mamirauá e incrementar ações conservacionistas no Brasil", disse a veterinária, confiante nas relações profissionais que irão permiti-la novas parcerias com o Instituto Mamirauá. 
 
Texto: Eunice Venturi
 

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