Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

13/07/2012 - O Instituto Mamirauá encerrou hoje (13) o 9º Seminário Anual de Pesquisa. Trinta e três trabalhos, em forma de painel, foram expostos. Um deles destacou os resultados da amostragem preliminar da fauna da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, que fica no noroeste do estado do Amazonas. Foi o primeiro trabalho a utilizar armadilhas fotográficas de forma sistemática para registrar espécies da fauna nesta unidade de conservação.

 Segundo o biólogo Daniel Rocha, pesquisador do Grupo de Pesquisa em Ecologia de Vertebrados Terrestres do Instituto Mamirauá, quatro áreas ao redor do lago Amanã foram amostradas, e 16 armadilhas instaladas, durante 25 dias. Cada estação de captura consistia em uma armadilha fotográfica, distante pelo menos 1,5 km das estações adjacentes.

Foram obtidos 95 registros de 16 espécies diferentes, sendo duas espécies de aves e 14 de mamíferos terrestres. Dentre as espécies de mamíferos registradas destacam-se a onça-pintada, onça-parda, tamanduá bandeira, anta e tatu canastra. As espécies com o maior número de registros foram o jacamim-de-costas-cinzentas com 25 registros, seguido pela cutia com 18 registros e pela jaguatirica com nove registros. "Estes resultados confirmam a alta riqueza de mamíferos terrestres na Reserva Amanã, assim como sugerem a abundâncias relativas dos felinos e suas presas", conclui o pesquisador.

 O trabalho foi um projeto piloto que teve como objetivo subsidiar decisões estratégicas para a implementação do monitoramento da população de onça-pintada na Reserva Amanã. A onça-pintada é o maior felino das Américas e o predador do topo da cadeia alimentar nos ecossistemas em que habita, exercendo função importante na manutenção da estrutura e no funcionamento destes ambientes. "Entender a ecologia e a dinâmica das populações de onça, bem como de suas presas, é fundamental para a conservação da espécie nestes ambientes", acrescentou Daniel.

Texto: Eunice Venturi