Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil: Como as parteiras tradicionais da Amazônia protegem saberes milenares?
Publicado em: 5 de maio de 2025
O Instituto Mamirauá desenvolve, há mais de 20 anos, ações de fortalecimento junto a estas especialistas fundamentais para a vida na Amazônia e a conservação do conhecimento tradicional. Saiba mais desta história neste 05 de maio, Dia da Parteira.
Na Amazônia, parteiras tradicionais são guardiãs de saberes milenares. Em comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, essas mulheres — e também alguns homens — não apenas realizam partos, mas integram a rede de cuidados de suas comunidades, transmitindo conhecimentos por gerações. Em áreas remotas da Amazônia, essa atividade é essencial.
Reconhecidas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, as parteiras tradicionais são parte fundamental da saúde comunitária, embora ainda enfrentem desafios para serem plenamente valorizadas e integradas ao Sistema Único de Saúde (SUS), com remuneração e o devido reconhecimento de sua atividade. Sua atuação vai além dos partos: inclui a promoção da saúde, encaminhamento a serviços de referência em casos de risco e o apoio afetivo e espiritual às gestantes. Em 2024, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a prática das parteiras como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Maria Cecília Gomes, coordenadora do Programa de Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá, chama a atenção para os desafios da atividade: “São mais de 1.000 mulheres somente no Amazonas realizando um trabalho essencial de saúde pública, complexo e exaustivo, em áreas remotas, sem ganhar remuneração”.
Há mais de 20 anos, o Instituto Mamirauá atua para fortalecer essa tradição vital no Médio Solimões. Somente no Amazonas, mais de 1.100 parteiras tradicionais já foram identificadas e cadastradas.
Em parceria com a Associação de Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas – Algodão Roxo (APTAM) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia), o Instituto desenvolve ações de educação não formal, associativismo, pesquisa científica e valorização.
Atividade de parteiras tradicionais na comunidade Deus é Pai, Tefé. Foto: Pilar Olivares
Entre as iniciativas, estão a realização de oficinas de capacitação, a articulação com agentes comunitários de saúde e a distribuição de lanternas movidas a energia solar (doação da Fundação Schneider Electric), facilitandhttps://editora.redeunida.org.br/wp-content/uploads/2021/01/Livro-PARTEIRAS-TRADICIONAIS-conhecimentos-compartilhados-praticas-e-cuidado-em-saude.pdfo o trabalho das parteiras em regiões sem acesso à energia elétrica. No contexto das políticas públicas, o Instituto Mamirauá apoia no fortalecimento da representação política da Associação.
Em 2019, uma pesquisa do Instituto Mamirauá com a colaboração de parteiras identificou 53 espécies de plantas medicinais usadas por estas profissionais, entre elas o algodão-roxo — planta símbolo da APTAM —, reconhecida por suas propriedades no combate a infecções e hemorragias pós-parto.
Neste ano, a comemoração do Dia das Parteiras se estende: no próximo 16 de maio, uma roda de conversa reunirá parteiras tradicionais, a Prefeitura, outros parceiros e o Instituto Mamirauá em Tefé, promovendo atividades de troca de saberes, vacinação e práticas integrativas de saúde.
Celebrar o Dia das Parteiras é também reafirmar o compromisso com o reconhecimento, a valorização e o fortalecimento dos saberes que sustentam a vida na Amazônia.
Para saber mais, acesse as seguintes publicações:
Parteiras Tradicionais: Conhecimentos Compartilhados, Práticas e Cuidado em Saúde
Guia das Parteiras Tradicionais na Amazônia
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