Centro Vocacional Tecnológico promove formação ampla

Publicado em: 10 de dezembro de 2014

Aulas, práticas e projetos fazem parte da formação no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) "Tecnologias Sociais da Amazônia", do Instituto Mamirauá. As aulas são moduladas e organizadas semanalmente. Além de disciplinas comuns aos currículos regulares de Ensino Médio, os estudantes também têm aulas com temáticas variadas e participam de atividades de extensão e pesquisa promovidas pelos técnicos e pesquisadores do Instituto.

"A proposta pedagógica do CVT parte de dois princípios: pedagogia de projetos, construídos a partir das demandas, necessidades, experiências e conhecimentos que os estudantes buscam ter; e a abordagem da prática, onde o conhecimento teórico dialoga com atividades em campo", aponta Sandro Augusto Regatieri, gestor do CVT.  A interação dos alunos com as atividades de pesquisa e extensão são fundamentais para a construção do currículo. "As demandas deles surgem quando eles vão para campo. A problematização, a vontade de buscar um novo conhecimento, as dúvidas e os questionamentos surgem nas atividades práticas. A sala de aula se transforma no espaço para resolver estas questões", acrescentou.

Após as atividades de campo, os alunos preparam o repasse da experiência para os colegas que não participaram, refletindo sobre o que vivenciaram. A turma também faz a sua análise. Conforme estas questões ganham corpo, o currículo do CVT é construído. Um exemplo são as aulas de legislação sobre associativismo que ocorreram em novembro. "Está sendo importante porque a gente não conhecia nada sobre a legislação, estamos tirando nossas dúvidas", conta Raimundo Moreira, aluno do CVT. 

O conhecimento a respeito da legislação é uma ferramenta importante para avaliar sobre as melhores formas legais para a organização comunitária. Emer Senna, advogado que atua no município de Tefé, trabalhou com o grupo as questões de legislação. Emer afirma que "o Instituto não está formando somente gestores, mas sim cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Com essa proposta é que estou desenvolvendo as aulas. A proposta inicial era falar sobre noções de associativismo, contudo para abordar um tema tão presente na vida desses alunos, entretanto tão técnico, achei importante e vital também apresentar noções sobre direitos civis".

Com este tipo de formação,o grupo aprende e tira dúvidas também das comunidades. Ter em mente esta função de multiplicador do conhecimento é fundamental. "É importante as comunidades aprenderem junto com eles. Na comunidade eles poderão ser agentes transformadores da prática de aprender, entender, refletir e repassar, sob a luz do contexto comunitário", enfatiza Sandro.

Férias nas comunidades

Até o final deste ano o grupo também terá aulas sobre a temática de projetos. Depois, os discentes retornarão para suas comunidades, onde permanecerão por dois meses.  Além do descanso, Raimundo conta que "no decorrer dessas férias, a gente vai começar a desenvolver um projeto. Acho que a gente vai voltar com um conhecimento ainda maior, com as ideias dos moradores e eles até vão poder ajudar a gente dando ideia sobre o que eles precisam, o que a comunidade quer". 

Esse período na comunidade vai gerar um diagnóstico para os alunos, que construirão um projeto. Aprovados pelas associações de cada comunidade, os projetos serão postos em prática no segundo semestre de 2015. Animado com as possibilidades, Raimundo compartilha que vai "trabalhar em um pequeno projeto, que é fazer uma horta atrás da escola do Aiucá, minha comunidade".  

Texto: Vanessa Eyng

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