Práticas agroecológicas são tema de oficina prática em terra indígena com assessoria do Instituto Mamirauá
Publicado em: 19 de abril de 2023
Ação contou com implantação de horta agroecológica e manejo de abelhas nativas sem ferrão na Aldeia Miratu
Por meio de metodologias participativas pautadas nos princípios e técnicas da agroecologia, colaboradores do Programa de Manejo de Agroecossistemas, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), e indígenas implantaram uma área de horta agroecológica com foco em produção de hortaliças regionais e também realizaram práticas de manejo de abelhas nativas sem ferrão. A atividade aconteceu entre os dias 13 e 17 de março, na Aldeia Miratu, terra indígena Miratu, município de Uarini, interior do estado do Amazonas, e contou com a participação de homens e mulheres de várias idades.
A ação faz parte do projeto “Fortalecimento da bioeconomia por meio da estruturação das cadeias produtivas e de valor da agricultura familiar e das suas redes de agroecologia no Amazonas” e visa incentivar o desenvolvimento de práticas de produção agroecológica na região de Uarini. A agroecologia tem como base práticas sustentáveis de produção, com a finalidade de fortalecer a produção agroecológica e diversificação produtiva de alimentos regionais por meio do incentivo à agricultura familiar. As atividades da oficina contemplaram discussões, dinâmicas e práticas sobre planejamento e implantação de hortas agroecológicas e o manejo de abelhas nativas sem ferrão que auxiliam no fortalecimento e manutenção das produções dos sítios, por meio da polinização.
“Foram plantadas pimentas de cheiro, cebolinha, chicória, milho nativo, jerimum, mamão, banana, dentre outros cultivos. Também foram construídas três caixas de abelhas e foi feita a transferência de uma colmeia de abelha para uma caixa racional”, explica Nicolas Calderon, analista do PMA.
Bruce Dickinson, analista do PMA, esclarece que os participantes que compareceram na oficina se mostraram bem abertos à troca de saberes com os técnicos e demais agricultores, o que possibilitou o diálogo e coletividade na tomada de decisões para a construção do sistema agroecológico e demais atividades. “ Além disso, muitos falaram sobre começar o manejo de abelhas nativas sem ferrão em suas propriedades e compartilhar a ideia com os vizinhos, o que pode levar à diminuição do número de pessoas que usam agrotóxicos em seus cultivos na região, conforme mencionou um dos agricultores participantes.”
O fortalecimento de práticas agroecológicas em seus cultivos e as atividades de manejo de abelhas nativas sem ferrão demonstraram ser uma alternativa viável para os agricultores. Futuramente também poderá se tornar uma fonte de renda familiar e contribuir para a sustentabilidade de uso destas áreas, além de incentivar práticas que promovam segurança alimentar e geração de renda.
Como resultado do trabalho, os agricultores também demonstraram interesse em fortalecer um grupo de trabalho em agroecologia realizando trabalhos em ajurí (coletivos) com troca de sementes e mudas e diálogos para compartilhar saberes. Também foi manifestada a possibilidade de organizar um grupo de mulheres agricultoras, para se apoiarem nas diversas demandas e aumentar o empoderamento feminino nas aldeias.
“Em geral, os agricultores e agricultoras relataram terem gostado bastante da oficina e deram um balanço bem positivo. Mostraram entusiasmo em realizar novas práticas em outras áreas, em aplicar técnicas discutidas na oficina, em suas áreas de produção”, comentam os analistas Bruce e Nicolas.
Alimentação para além das aldeias
A partir do desenvolvimento da horta agroecológica os indígenas terão maior diversidade de alimentos regionais que podem ser utilizados para o fornecimento nas escolas da região, por meio da participação em chamadas públicas. “Estas chamadas específicas são uma importante política pública para os indígenas e comunidades tradicionais, pois possibilitam a entrega de alimentos nas escolas dentro da própria aldeia ou nas escolas próximas, permitindo o acesso dos estudantes a alimentos regionais frescos e de qualidade”, comenta Fernanda Viana, coordenadora do programa.
Os próximos passos do programa serão direcionados a promover atividades de oficinas e assessoria técnica para apoiar o acesso às políticas públicas da alimentação escolar como ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) nas aldeias desta Terra Indígena e na região, além de seguir incentivando, por meio de assessoria técnica e com a realização de oficinas a utilização de práticas produtivas agroecológicas que promovam a segurança alimentar nesta região.
As atividades previstas nesta oficina, foram realizadas pelo IDSM com apoio do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, desenvolvido no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.
Últimas Notícias
Comentários
Institucional
- O Instituto Mamirauá
- Equipe
- Parceiros
- Áreas de atuação
- Conheça Tefé
- Núcleo de Inovação
- Vagas
- Documentos e Downloads
- Seleção de Fornecedores
Pesquisa
- Grupos de Pesquisa
- Iniciação Científica
- Ética em Pesquisa
- Ética no Uso de Animais
- Propostas de Pesquisas
- Biblioteca Henry Walter Bates
- Acervos e Coleções
- SNCT
- SIMCON
Manejo e Desenvolvimento
- Gestão Comunitária
- Manejo de Agroecossistemas
- Manejo de Pesca
- Manejo da Fauna
- Manejo Florestal Comunitário
- Qualidade de Vida
- Turismo de Base Comunitária
- Centro Vocacional Tecnológico